O dólar avançou ante a maioria das moedas, em sessão que teve como destaque a divulgação do índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de novembro nos Estados Unidos acima do esperado e o quarto corte de juros no ano pelo Banco Central Europeu (BCE). A leitura americana não alterou as perspectivas para um corte de taxas no encontro do Federal Reserve (Fed) neste mês, mas há expectativa de que a autoridade possa pausar a redução dos juros no próximo ano.
O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, fechou em alta de 0,23%, a 106,956 pontos. Perto do fechamento de Nova York, o dólar avançava a 152,66 ienes, a libra tinha queda a US$ 1,2670 e o euro recuava a US$ 1,0468.
O BCE cortou as taxas e removeu a restante parte agressiva da sua declaração de política, enquanto as previsões de crescimento foram ligeiramente rebaixadas, com as projeções econômicas estão totalmente em linha com a estabilidade de preços. “Contudo, os riscos permanecem e o BCE não considera a sua missão cumprida. Esperamos pouca oposição aos próximos dois cortes nas taxas. Mas quando a taxa diretora atingir 2,5%, esperaríamos ver uma discórdia crescente no conselho do BCE”, projeta o Rabobank.
Apesar das notícias fracas sobre a economia interna e da deterioração das perspectivas globais, duvidamos que o Banco de Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) siga o exemplo do BCE e reduza as taxas de juro em 25 pontos base na próxima quinta-feira, avalia a Capital Economics. “A nossa previsão é que as taxas continuem a ser reduzidas gradualmente, mas que caiam para 3,50% no início de 2026, em vez do mínimo de 3,75-4,00% que os investidores esperam”, afirma. Com a diferença entre os Bcs, o euro está perto de seu menor valor ante a libra desde março de 2022. Ultrapassar esse nível marcaria o patamar mais forte para a libra desde a sua queda dramática em junho de 2016, quando o Reino Unido votou pela saída da UE.
Enquanto isso, aumenta o fluxo dos dirigentes do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) que estão recuando de um aumento das taxas em 19 de dezembro. “Não surpreende que o iene seja a moeda mais fraca do G10 em dezembro”, aponta o Societé Generalé. “Isto não deverá alterar o fato de o BoJ estar num ciclo de aperto enquanto outros bancos centrais estão afrouxando, e uma vez que a extrema subvalorização do iene é uma função da divergência política, que está agora sendo resolvida, o iene será provavelmente uma das moedas de melhor desempenho em 2025”, pondera o banco.