Economia

Ministro defende instituições multilaterais no fim de reunião do FMI

O Brasil pode contribuir para resolver os desafios da economia global no presente e no futuro, disse ontem(14) o ministro da Economia, Paulo Guedes em Washington. No encerramento das reuniões anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, o ministro defendeu o funcionamento das instituições multilaterais.

De acordo com Guedes, a insegurança alimentar e energética é o principal problema da humanidade. Para ele, o momento exige que as instituições multilaterais ponham à prova seu papel, com os Bancos Centrais aumentando juros para combater a inflação, o Banco Mundial fornecendo ajuda imediata aos mais vulneráveis e o FMI defendendo o ajuste fiscal e monetário.

Segundo o ministro, o Brasil cumpriu o dever durante e no pós-pandemia. O país, que aumentou gastos para ajudar a população vulnerável no início da pandemia de covid-19, saiu na frente do restante do mundo nos ajustes monetários e fiscais nos momentos, sem adiar decisões.

O ministro também ressaltou o papel das Nações Unidas em trabalhar por acordos de paz, da Organização Mundial do Comércio (OMC) em promover mercados livres e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), para difundir marcos regulatórios globais na economia, na política e no meio ambiente.

Paulo Guedes também apresentou dados relacionados à queda da inflação e às revisões dos analistas sobre o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no Brasil. Disse que a inflação caiu de 12,5% para 5,5% e ressaltou que a economia brasileira deverá crescer 3% neste ano, acima da estimativa de 2,8% divulgada pelo FMI no início da semana.

Colômbia e Chile

Pela manhã, Guedes teve reuniões bilaterais. O encontro com o ministro da Fazenda da Colômbia, José Antonio Ocampo, teve como temas as regras para eleição do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a transferência de tecnologia. De acordo com Guedes, o governo colombiano manifestou interesse no Pix e no open finance. Em seguida, o ministro reuniu-se com o ministro da Fazenda do Chile, Mario Marcel Cullel.

Guedes se reuniu ainda com representantes do Itaú Unibanco; e com o CEO da Eurasaia Group, Maziar Minovi, finalizando sua agenda no evento anual do FMI.

Declaração

Ontem (13), o grupo de países liderado pelo Brasil no FMI divulgou um comunicado durante a 106ª Reunião do Comitê de Desenvolvimento do órgão. Segundo o documento, a guerra na Ucrânia desencadeou um desastre humanitário, exacerbando os desafios para o desenvolvimento em todo o mundo, que ainda se recupera da pandemia.

A mensagem destaca que o Brasil tem quase US$ 200 bilhões em compromissos de investimentos em infraestrutura contratados para os próximos 10 anos, com recursos da iniciativa privada, e que esse estoque de projetos assegura o crescimento sustentado. Também cita a importância do Brasil para aliviar a crise alimentar devido à capacidade de produção sustentável de alimentos em escala.

O documento foi apresentado em nome do Brasil e dos demais países associados à diretoria brasileira no FMI

Redação

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