No ano passado, esse valor foi de R$ 44 milhões.
Com isso, nomes como Maurren Maggi e Fabiana Murer (atletismo), Diego e Daniele Hypólito (ginastas), Tiago Camilo (judô) e Robert Scheidt (iatismo) passam a ser apoiados pelo programa. Antes, a maioria desses atletas não se candidatava à bolsa porque a lei não permitia o benefício para atletas que já contassem com patrocínio individual. Para os atletas olímpicos e paraolímpicos, o valor mensal do Bolsa Atleta é R$ 3,1 mil.
“O programa Bolsa Atleta nasceu com essa ideia inicial de que quem tinha patrocínio não precisaria da bolsa, mas vimos que a realidade não é bem essa já que o patrocínio, às vezes, dura um período pequeno de tempo”, explicou Ricardo Leyser, secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento.
Além dessa alteração, o programa corrigiu o valor anual da bolsa e criou duas novas categorias: Atleta de Pódio, programa que está em fase de regulamentação e que pretende contemplar atletas de elite que tenham condições de disputar títulos e finais, e Atleta de Base, programa que vai beneficiar atletas iniciantes. Para os atletas das categorias de base e estudantil, o valor mensal da bolsa é R$ 370.
“O Bolsa Atleta fez minha transição de atleta, de um esporte amador para uma atleta profissional”, disse a velocista paraolímpica Terezinha Guilhermina. Segundo ela, antes da bolsa, havia competições das quais ela não conseguia participar e, muitas vezes, faltava dinheiro para pagar o guia, atleta que precisa acompanhá-la durante a competição. “Os contratos [de patrocínio] são bem mais limitados e o Bolsa Atleta propõe um ciclo que permite que nos preparemos para as Olimpíadas e Paraolímpiadas em quatro anos”, disse.
A bolsa também ajuda atletas que estão despontando em esportes que não são muito conhecidos no país, como é o caso de Felipe Wu. “Sou do tiro esportivo, que é muito pouco visado e não tem patrocínio. Então, o Bolsa Atleta foi fundamental para eu chegar num nível melhor que estou hoje e também para comprar equipamento”, disse.
Para o judoca Tiago Camilo, medalhista olímpico e atleta que conta com patrocínios, a bolsa é importante principalmente para os atletas que não têm clubes ou apoio. “Quando comecei a minha carreira, contava com o apoio dos meus pais, o chamado 'paitrocínio'”, brincou.
“É a primeira vez que vou ser contemplado. Antes não podia atleta patrocinado e por isso eu não tinha feito minha inscrição no programa. Mas isso [a bolsa] vai complementar minha estrutura de trabalho e de treino, possibilitando melhor preparação”, disse Camilo. Segundo ele, o governo federal precisa ter uma política pública muito forte para fomentar e difundir o esporte no Brasil. “O resultado é consequência do investimento. Quanto maior for o investimento dos clubes e dessa massa de investidores, maior é o resultado [do atleta]”, acrescentou.
Durante a entrevista coletiva, o ministro também anunciou a criação do Bolsa Técnico, que vai permitir apoio à equipe que auxilia os atletas tais como nutricionistas, psicólogos e técnicos, entre outros. “Havia atletas que chegaram a disputar e conquistar medalhas olímpicas que não tinham assistência psicológica e cuja mãe era sua própria nutricionista. É claro que não pode existir melhor nutricionista do que nossa mãe, mas em determinado nível de exigência é preciso que se agregue conhecimento técnico”, disse o ministro Aldo Rebelo.
O programa Bolsa Atleta existe desde 2005 e atende esportistas que tenham obtido bons resultados, independentemente de sua condição financeira. “Temos um critério absolutamente técnico: é o resultado esportivo que permite ao atleta receber a bolsa”, explicou Leyser.
Do total de atletas que serão apoiados pelo Bolsa Atleta este ano, 1.744 são mulheres e 1.184 são atletas paraolímpicos. Segundo o ministério, há atletas de todas as unidades da federação, com exceção do Acre.
A lista completa dos atletas contemplados pelo programa foi publicada no Diário Oficial da União de hoje (12) e pode ser conferida no site do Ministério do Esporte.
Edição: Lílian Beraldo
Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil