quando os depósitos superaram os saques em R$ 2,6 bilhões– revela que a caderneta ainda tem a preferência dos brasileiros mesmo em tempos de juros baixos e após a mudança de regras da aplicação, que reduziram os rendimentos.
Pela norma atual, todos os novos depósitos efetuados na poupança a partir de 4 de maio de 2012 renderão 70% da Selic + TR (Taxa Referencial, que hoje está zerada) sempre que o juro básico for menor ou igual a 8,5% ao ano. Como a Selic está em 7,25% ao ano, vale a regra.
Depósitos anteriores a essa data, ou para novas aplicações feitas quando a Selic for maior que 8,5%, segue a regra antiga: remuneração 6,17% ao ano mais a TR.
E o juro básico em 7,25% ao ano faz da poupança um investimento mais atraente que a maioria dos fundos de renda fixa –considerando o ganho líquido mensal, que desconta taxas cobradas e impostos–, segundo dados da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
Nessa comparação, a caderneta se revela uma boa alternativa mesmo após a redução da rentabilidade.
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De acordo com a Anefac, a nova poupança, com rentabilidade de 0,41% ao mês, ganha de todos os fundos de renda fixa com taxa de administração a partir de 2% ao ano, independentemente do prazo para resgate dos recursos.
Já para os fundos que cobram 1,5% ao ano de taxa, a poupança nova ganha quando o prazo de resgate oferecido por eles é até um ano, empata nos prazos entre um ano e dois anos, e só perde quando o resgate pode ser feito a partir de dois anos.
Só os fundos com taxas de administração de 0,50% ao ano –concedidas, normalmente, em aplicações acima de R$ 50 mil– sempre vencem da poupança independentemente dos prazos de resgate determinados.
Considerando a poupança antiga –que rende 0,5% ao mês + TR, ou 6,17% ao ano + TR–, que contempla aplicações anteriores a 4 de maio de 2012, a caderneta é mais vantajosa que todas as opções de fundos destacadas pela Anefac, com taxas de administração entre 0,50% ao ano e 3% ao ano e qualquer prazo de resgate.
SIMULADOR
A Folha oferece uma calculadora em que é possível simular a rentabilidade dos investimentos. Basta preencher o campo com o valor de aplicação desejado para comparar os ganhos projetados em 12 meses em modalidades como poupança, CDB (Certificado de Depósito Bancário) e fundo de renda fixa.
O simulador oferece alguns parâmetros, como taxa de administração, juro básico e inflação prevista, mas o leitor também pode alterar os números da maneira que desejar.
NA PONTA DO LÁPIS
Além de comparar os custos antes de aplicar, o investidor deve considerar a possibilidade de mudar os recursos de um fundo para outro quando encontrar alternativas similares mais em conta.
É importante, no entanto, colocar na ponta do lápis quanto terá de pagar de Imposto de Renda na troca.
Se os recursos estiverem em um fundo há mais de dois anos, por exemplo, o investidor já tem o benefício da alíquota mais baixa possível do IR, de 15% sobre a rentabilidade.
No caso de surgir fundo similar com taxa de administração menor, o aplicador precisa avaliar se conseguirá manter o dinheiro investido na nova opção por outros dois anos, pois, se tiver de resgatar antes, pagará IR outra vez e com alíquota maior.
Se o horizonte for o longo prazo e a diferença de custos expressiva –por exemplo, de uma taxa de administração de 3% ao ano para outra de 1,5% ao ano–, a troca pode compensar.
Fonte: FOLHA.COM