O mercado financeiro subiu pela segunda semana consecutiva sua estimativa de inflação para este ano, que voltou a ficar em um patamar em linha com a meta de inflação de 2017.
De acordo com o relatório conhecido como "focus", divulgado nesta segunda-feira (16) pelo Banco Central, a inflação deste ano deve ficar em 3%, na mediana. No relatório anterior, os economistas estimavam que ela ficaria em 2,98%.
Com o aumento, a inflação estimada pelo mercado para este ano voltou a ficar acima do piso de 3% do sistema brasileiro de metas. Entretanto, a previsão segue abaixo da meta central para a inflação em 2017, de 4,5%.
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e deve ser perseguida pelo Banco Central, que, para alcançá-la, eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia (Selic).
Para este ano e para 2018, a meta central é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Deste modo, a inflação pode ficar entre 3% e 6% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Na semana passada, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, avaliou que a queda no preço dos alimentos neste ano responde por um recuo de quase 2 pontos percentuais no IPCA, a inflação oficial do país.
No caso da inflação para 2018, a previsão do mercado ficou estável em 4,02% na última semana. Com isso, a estimativa do mercado continua abaixo da meta central, mas dentro da banda do sistema de metas (entre 3% e 6%).
PIB e juros
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017, o mercado financeiro elevou sua estimativa de crescimento de 0,70% para 0,72%.
Já para 2018, os economistas das instituições financeiras elevaram a estimativa de expansão do PIB, de 2,43% para 2,50%. Foi a sexta alta seguida na estimativa.
O mercado financeiro também manteve sua previsão para a taxa básica de juros da economia, a Selic, que deve encerrar 2017 em 7% ao ano. Atualmente, a taxa está em 8,25% ao ano.
Ou seja, os analistas continuaram estimando uma redução dos juros neste ano. Se o patamar previsto de 7% ao ano for atingido no fim de 2017, esse será o menor nível já registrado (até então a menor taxa era de 7,25% ao ano).
Para o fechamento de 2018, a estimativa dos economistas dos bancos para a taxa Selic também ficou estável em 7% ao ano. Com isso, continuaram prevendo que os juros ficarão estáveis no ano que vem.
Câmbio, balança e investimentos
Na edição desta semana do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2017 recuou de R$ 3,16 para R$ 3,15.
Para o fechamento de 2018, a previsão dos economistas para a moeda norte-americana ficou estável em R$ 3,30.
A projeção do boletim Focus para o resultado da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), em 2017, subiu de US$ 63 bilhões para US$ 63,7 bilhões de resultado positivo.
Para o próximo ano, a estimativa dos especialistas do mercado para o superávit caiu de US$ 50,8 bilhões para US$ 50,5 bilhões.
A previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em 2017, permaneceu em US$ 75 bilhões. Para 2018, a estimativa dos analistas subiu de US$ 75 bilhões para US$ 78,5 bilhões.
BANCO CENTRAL DO BRASIL