Cultura

Memória Alice

Flávia Pires é mãe, servidora pública, compositora, dramaturga e escritora.

Em 2012, a artista começou o roteiro da peça de teatro, “Memória Alice Realidade Rosa”, que passou por um intervalo e só foi retomado doze anos depois. Durante este percurso, as linhas do seu texto entortaram tanto que as personagens envelheceram junto com a autora, pois os anos espalharam as letras e coube a ela juntar as novas velhas palavras.

Nesta peça teatral, Alice é uma filha saudosa que se desequilibra num balé de pensamentos e projeções distorcidas sobre o próprio passado.

Ela vive o luto de uma mãe inventada. Portanto, é criada por uma mãe que ela criou.

Segundo a escritora Lígia Maciel: “É um texto poético e com reflexões profundas. Suas partes podem ser lidas fora de ordem porque trazem reflexões que fazem sentido em si mesmas. A peça aborda as disparidades entre Memória e Realidade em temas como a perda, o afeto conflituoso entre mãe e filha, romantização das lembranças, loucura e outras reflexões. Cada leitor terá uma impressão muito particular para traduzir um questionamento que o livro traz: a gente se distorce para ficar suportável o viver?”

No prefácio do maestro e escritor, Fabricio Carvalho, Membro da Academia Mato-grossense de Letras, já existe o alerta: “Se você busca uma leitura que emociona e provoca reflexões, abra estas páginas e embarque nessa jornada sensível e transformadora. Uma leitura intensa que ecoará muito além da última página”.

Para explicar a razão de ter escrito uma peça de teatro, Flávia afirma que: “um dos meios que a literatura expande é encontrando vida na representação”.

Para justificar a presença de poesia no texto, a autora cita um trecho do próprio livro:
“Há muita coisa em suspenso,
há muita coisa pela superfície de nós.
Cavar as camadas e encontrar temas profundos pode ser trabalhoso e muito duro”.

Então, a artista prossegue a explicação:
“A poesia dissolve e quebra muros
Pra deixar livre o pensamento sobre tudo.”

Ao contar que sua obra fala, em certos trechos, como se fosse ela mesma, declama um verso de seu primeiro livro feito uma espécie de introdução:
“É muita coisa pra contar.
O tempo não para de correr.
Recordação sempre haverá
em toda história pra viver”

E segue referindo-se à vida com contemplação: “Minha distração é encontrar significado e beleza nas vidas conhecidas e anônimas”.

Justifica, assim, a escolha pela parte favorita do seu trabalho no trecho de “Memória Alice Realidade Rosa” que diz: “Toda pessoa que vier ali, depois da curva da estrada, pode ser alguém no presente que venha a ser alguém do seu futuro que explique o seu passado.”

O lançamento está vinculado à estreia da peça que terá o mesmo nome. “Não há data certa, pois o teatro é um processo de construção. Muitas vezes, para que a arte aconteça, existe um rito burocrático que precisamos obedecer.”, diz Flávia.

Já é possível adquirir um exemplar e ter outras informações pelo Instagram @flaviapiresmt.

A escritora garante: “Farei, antes do lançamento e da peça, um roteiro de divulgação e um circuito em variados espaços de diálogo para tentar despertar uma possibilidade de reflexão e poesia entre os leitores.”

Tudo indica que o livro (que também é uma peça) talvez seja uma parte que muitos de nós, talvez, já procurávamos sem saber.

Fotos: Reprodução/Divulgação

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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