Jurídico

Membro do CV que liderava crimes pelo WhatsApp, Marreta é condenado a 15 anos

O líder da facção criminosa Comando Vermelho (CV) e também de uma quadrilha especializada em roubo de veículos para trocar em drogas, Luciano Mariano da Silva conhecido como “Marreta” foi condenado a 15 anos de prisão. A decisão foi publicada nesta terça-feira (5) no Diário de Justiça do Estado (DJE) pela juíza Renata do Carmo Evaristo, da 9º Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).

Juiza Renata do Carmo Evaristo (Foto: TJMT)

Mesmo preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), Luciano comandava a sua equipe de criminosos que são de quatro estados brasileiros: Rondônia, Pará, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul   através de um grupo de WhatsApp.

Além da condenação de Marreta, a sua esposa Natália Cristina Xavier da Mota e Albuquerque também recebeu sua sentença de oito anos de reclusão no regime semiaberto, porém cabe recurso que deve ser aguardado em liberdade. 

Natália foi presa no bairro  Cidade Alta em Cuiabá com  porções de substância análoga à cocaína (cerca de 250 gramas), além de petrechos utilizados para a preparação da droga, como ácido bórico, éter e balança de precisão. Além disto, sua casa servia para receber veículos roubados pela quadrilha de Luciano. 

Entenda como agia a quadrilha

A investigação da Polícia Civil mostrou que a maior parte dos carros furtados e roubados pela quadrilha era levada para a Bolívia ou Paraguai e trocada por drogas, armas e munições, segundo as investigações.

A estimativa é que o esquema seja responsável por 409 roubos ou furtos dos 682 ocorridos durante os três meses das apurações. O grupo criminoso era liderado pelos detentos Luciano Mariano da Silva, conhecido por “Martelo ou Marreta”, Robson José Ferreira de Araújo, “Carcaça” (que também usa nome de Marcelo Barbosa do Nascimento), Edmar Ormeneze, “Mazinho”, e Wagner da Silva Moura, “Belo”, todos presos na PCE.

Os crimes eram liderados por Luciano e outros membros da organização criminosa, que estão presos em unidades prisionais de Mato Grosso. Eles encomendavam veículos para comparsas do lado de fora, que agiam executando os roubos conforme a necessidade (modelo e cor) da organização. Assim, usando carros clonados promoviam rondas pela cidade, em grupos de três a quatro pessoas, objetivando encontrar vítimas com veículos, de acordo com as características repassadas pelos líderes. Caso encontrassem a pessoa desatenta, embarcando ou desembarcando de seu veículo, rapidamente entravam em contato com seus “superiores” e mencionavam o que tinham à disposição. Se o comando criminoso se interessasse pelo veículo, promoviam o roubo.

Duas características faziam do roubo uma ótima opção e a mais realizada. A primeira,  pela facilidade de tomar as chaves originais (possibilitando a ação de um criminoso sem conhecimentos específicos de mecânica/elétrica – ligação direta e outros necessários para o furto) e documentos do veículo e bens das vítimas. A segunda, o perfil das vítimas, que por estarem distraídas ou em momento de descontração, possibilitava a aproximação dos criminosos e uma abordagem armada sem maiores problemas.

  

 

Redação

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