Economia

Meirelles buscará Maia para destravar pauta econômica após denúncia

O ministro Henrique Meirelles (Fazenda) vai buscar uma nova aproximação com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para tentar destravar a pauta econômica após a votação da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer.

Em um primeiro movimento, Meirelles deve procurar Maia nos próximos dias para discutir a proposta do governo de reduzir o pacote de mudanças previstas na reforma da Previdência. O ministro quer saber se essa ideia é viável e se há condições de aprovar o texto no Congresso até o fim do ano.

A equipe econômica quer abrir um canal direto de interlocução com Maia para contornar a relação desgastada entre o presidente da Câmara e o Palácio do Planalto.

Segundo auxiliares do ministro da Fazenda, os seguidos desentendimentos entre Temer e Maia criaram um ambiente de instabilidade que pode colocar em risco a aprovação de medidas consideradas prioritárias -como a Previdência e propostas de ajuste orçamentário com impacto nas contas de 2018.

O objetivo de Meirelles é participar ativamente da articulação e da discussão dos projetos que precisam de aval do Congresso, sem depender necessariamente da intermediação de ministros do Palácio do Planalto.

Integrantes da equipe econômica acreditam que o envolvimento de Meirelles nessas conversas -e especificamente com Maia- será uma maneira de manter o ajuste fiscal vivo mesmo que o governo saia enfraquecido da votação da denúncia contra Temer na quarta-feira (25).

Auxiliares do ministro afirmam que, caso Temer tenha 250 votos ou menos a seu favor no plenário, o capital político do Planalto para fazer avançar medidas de austeridade ficará extremamente comprometido.

Nesse caso, a Câmara terá potencial para assumir de vez o protagonismo da pauta do país e principalmente dos projetos com impacto nas contas públicas.

NOVO MODELO

Na avaliação da Fazenda, o Congresso já demonstrou sua força em votações recentes de medidas econômicas de interesse do governo, e a equipe política teve pouco poder de reação.

A medida provisória do Refis, por exemplo, só foi aprovada depois de uma intensa negociação com líderes da base aliada, que reformularam o texto e abriram novos benefícios para o pagamento de dívidas com o fisco -contra as recomendações da Fazenda.

Além disso, Maia assumiu o protagonismo nas negociações pela aprovação do projeto que cria regras para acordos de leniência entre instituições financeiras e o Banco Central.

Na ocasião, ele acusou o Planalto de deixar que a medida provisória que tratava do assunto perdesse a validade, e articulou a aprovação de um projeto de lei sobre o assunto, redigido dentro da Câmara.

A ideia da Fazenda, agora, é fazer sondagens diretas e frequentes a Maia para evitar tropeços semelhantes na tramitação de outras medidas econômicas.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26