Em Guarulhos desembarcaram os brasileiros Christian Uzuelli, 32 anos, e Thiago da Silva, 32 anos, que se formaram na Argentina. Uzuelli é especializado em medicina legal e ciência forense e fez especialização na Europa. Ele vai trabalhar em Itaquaquecetuba (SP). O pediatra Silva, que nasceu em São Paulo, está entusiasmado com a oportunidade de trabalhar em Francisco Morato (SP). “Eu vim com muita força e com muito entusiasmo para oferecer o melhor de mim para essa população carente”.
A terceira médica que desembarcou é a argentina Natalia Allocco, 26 anos. Natalia contou que sempre trabalhou em postos de saúde e hospitais públicos em seu país e que veio ao Brasil justamente para isso: trabalhar em comunidades mais carentes.
Os brasileiros começam a trabalhar no dia 2 de setembro. Por sua vez, os estrangeiros, iniciarão na segunda-feira (26) um curso ministrado em conjunto pelos ministérios da Saúde e da Educação para que possam entender o funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) do país e a legislação brasileira. O curso terá duração de três semanas. Segundo Jarbas Barbosa, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, todos os estrangeiros deverão saber se comunicar, entender e se expressar fluentemente em português. De acordo com ele, não haverá tradutores para os médicos.
“Eles vão ser atualizados na legislação brasileira da área de saúde, como funciona o Sistema Único de Saúde e quais são as responsabilidades e atribuições que vão ter durante esse período que eles vão ficar [no Brasil]”, disse Barbosa.
Todos os médicos serão acompanhados por docentes das universidades federais de todo o país. Para trabalhar no país, todos os médicos precisarão ter registro profissional reconhecido e terem se formado em faculdades reconhecidas em seus países de origem.
Do total de médicos estrangeiros e de brasileiros que se formaram fora do país, 47 trabalharão no estado de São Paulo. Do total, dez ficarão na capital. Os médicos não vão trabalhar em hospitais e também não poderão montar consultórios no Brasil. O trabalho deles ocorrerá somente nos postos de saúde e unidades básicas de saúde, no atendimento de primeiros cuidados das famílias. Eles só poderão atuar nos municípios que escolheram: o trabalho em municípios vizinhos, por exemplo, não vai ser admitido.
A estadia desses médicos no país tem validade de três anos. Segundo Barbosa, os médicos chegam para resolver um problema imediato, que é a falta de médicos nas periferias do Brasil.
Sobre os médicos cubanos, Barbosa disse que a grande maioria (74%) deles vai trabalhar nas regiões Norte e Nordeste do país. Já sobre o pagamento deles, o secretário informou que será feito por meio de um acordo bilateral entre os governos brasileiro e cubano, que foi acompanhado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo ele, o governo brasileiro vai repassar o dinheiro para Cuba, que ficará responsável então pelo repasse do salário aos médicos cubanos. Os médicos receberão ainda uma bolsa de auxílio-moradia e de alimentação, cujos valores serão determinados pelos municípios selecionados.
Agência Brasil