A menina de três meses de idade passou pela terceira cirurgia médica, após ter sido submetida supostamente a um ritual de magia negra que introduziu quatro agulhas no corpo da bebê. A.L.J.S. passou pelo procedimento cirúrgico neste último fim de semana, na Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá).
A cirurgia tinha o objetivo de retirar uma das quatro agulhas que ela tem no corpo, uma delas na região do abdômen. No entanto, a cirurgia não teve sucesso e o objeto continua alojado no corpo.
A primeira cirurgia ocorreu no dia 12 de dezembro, quando a criança passou por atendimento em unidade hospitalar na cidade de São Pedro da Cipa (148 km ao sul) e em seguida encaminhada ao Hospital Regional de Rondonópolis.
A segunda cirurgia, feita pela equipe pediátrica da Santa Casa, no dia 20 de dezembro. Mas devido a hemorragia apresentada não foi possível a retirada das três agulhas introduzidas no cérebro também.
O último boletim médico, emitido pela Santa Casa na tarde de segunda-feira (2) é de que a criança continua em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pediátrica, em situação estável, respirando sem ajuda de aparelhos. Evolui no tratamento recebendo dieta oral com boa aceitação.
Entenda o caso
O caso aconteceu na comunidade de São Pedro da Cipa (148 km de Cuiabá) e foi registrado pela Polícia Civil de Jaciara na noite de segunda-feira (12) após denúncia do Conselho Tutelar. Os conselheiros receberam denúncia da equipe médica do Hospital Municipal de Jaciara sobre suspeita de maus tratos a menina de três meses de idade, que apresentava quadro febril e choro intenso. Depois de transferida para o hospital foi diagnosticada a presença das agulhas no corpo.
Dois dias depois os pais da menina e outros três envolvidos no suposto ritual tiveram as prisões decretadas pela Justiça e foram presos pela Polícia Civil. A mãe C.S.S, de 17 anos, está internada na unidade socioeducativa em Cuiabá, o Complexo Pomeri. O pai, Wellington de Jesus Costa, 28, é acusado de receber R$ 250 para permitir que a filha tivesse as agulhas introduzidas no corpo.
Iraci Queiroz dos Santos, 42 anos, conhecida como “Baiana”, é a acusada de comandar o ritual. A filha dela, Débora Queiroz dos Santos e o marido da jovem, Ricardo César dos Santos, também foram presos, acusados de terem participado do ritual.