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Por G1
O advogado do médico David Dao disse nesta quinta-feira (13) que ele sofreu uma "concussão significativa", teve o nariz quebrado e perdeu dois dentes frontais ao ser arrancado do avião da United no domingo. Ele já saiu do hospital, mas terá de fazer uma cirurgia reconstrutiva, segundo o representante.
O avogado Thomas Demetrio disse em entrevista coletiva que as companhias aéreas têm "intimidado" passageiros "por um longo tempo". Ele afirmou que "provavelmente" vai entrar com um processo em nome de Dao, e que seu cliente ainda "não ouviu" da United. O CEO da empresa, Oscar Munoz, se desculpou, e o advogado disse que Dao aceita as desculpas, mas que acha que não são sinceras.
O representante legal de Dao afirmou que seu cliente teve na United uma experiência pior do que quando fugiu do Vietnã nos anos 70, durante a queda de Saigon.
A filha de Dao, que também participou da entrevista, afirmou que o que aconteceu com seu pai "nunca deveria ter acontecido com nenhum ser humano'. Para Dao,
Primeira ação legal
Os advogados do passageiro apresentaram a um tribunal de Illinois, nesta quarta-feira (12), um pedido emergencial para que a companhia preserve gravações em vídeo e outras evidências relacionadas ao incidente.
Citando o risco de “prejuízos sérios” ao cliente, os advogados querem que a United e a cidade de Chicago, que administra o Aeroporto Internacional O’Hare, preservem vídeos das câmeras de segurança, gravações de voz da cabine, listas de passageiros e tripulação, e outros materiais relacionados ao voo 3411 da United.
O Departamento de Aviação de Chicago disse na quarta-feira que dois outros agentes foram licenciados em conexão com o incidente de 9 de abril, durante o qual os agentes de segurança arrastaram Dao de seu assento do avião da United com destino a Louisville, Kentucky. Um outro agente tinha sido licenciado na terça-feira.
Paul Callan, advogado de processo civil e criminal em Nova York, disse que o protesto público em relação ao tratamento concedido a Dao provavelmente vai levar a companhia aérea a um acordo rápido e generoso.
O CEO da United, Oscar Munoz, emitiu nesta quarta-feira um pedido de desculpas a Dao e disse que a companhia não irá mais usar agentes da lei para remover passageiros de voos lotados, após críticas serem feitas pela maneira como Dao foi tratado pela companhia aérea e pela equipe de segurança do aeroporto.
Revolta
O incidente na noite de domingo causou revolta ao redor do mundo, à medida que vídeos gravados por passageiros mostravam funcionários da segurança do aeroporto retirando a força David Dao do avião.
Grande parte das críticas foram feitas porque Dao, um passageiro pagante, foi removido para dar espaço a membros adicionais da tripulação em um voo lotado.
Duas petições online pedindo a renúncia de Munoz da presidência da companhia reuniram mais de 124 mil assinaturas na tarde desta quarta-feira, mas ele disse à rede de TV ABC que não tem planos de renunciar por conta do incidente.