Mato Grosso vai alcançar nesta terça-feira (8) a marca dos R$ 30 bilhões arrecadados em impostos, taxas, multas e contribuições em 2025. A cifra será atingida 18 dias antes do que em 2024, quando esse mesmo montante só foi registrado no dia 26 de julho. O avanço é considerado um indicativo do fortalecimento da atividade econômica estadual, ainda que acenda alertas sobre a pressão tributária.
De acordo com o presidente da Fecomércio-MT, José Wenceslau de Souza Júnior, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e o Imposto de Renda continuam sendo as principais fontes de arrecadação e os que mais pesam no bolso do contribuinte. Somente no primeiro semestre, o ICMS arrecadou R$ 415,34 bilhões em todo o país, enquanto o Imposto de Renda somou R$ 350,12 bilhões e o COFINS, R$ 205,71 bilhões.
O crescimento da arrecadação mato-grossense é de 9,45% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram arrecadados R$ 27,45 bilhões. A variação é explicada por fatores como a inflação acumulada, a criação de novos tributos e o ritmo aquecido da economia local. Para Wenceslau, esse aumento pode ter reflexos positivos, desde que os valores retornem à sociedade em forma de serviços públicos de qualidade.
Na avaliação do Instituto de Pesquisa e Análise da Fecomércio-MT, o desempenho de cidades do interior confirma uma tendência de descentralização do desenvolvimento. Cuiabá lidera a arrecadação com R$ 623,35 milhões, seguida por Rondonópolis (R$ 168,20 milhões), Sinop (R$ 125,97 milhões), Várzea Grande (R$ 88,94 milhões) e Sorriso (R$ 68,68 milhões), mostrando força mesmo em municípios mais afastados da capital.
Apesar do cenário positivo, o presidente da Fecomércio alerta para o impacto da carga tributária sobre famílias e empresas. “O aumento da arrecadação é reflexo do fortalecimento do consumo, mas também exige atenção quanto à sustentabilidade das contas públicas e à necessidade de equilíbrio na política fiscal”, pontua.