Ainda de acordo com o mesmo levantamento, a renda da população pode aumentar em mais de R$ 63,4 bilhões – fator que teria um impacto sensível no mercado de consumo interno.
Para o presidente do Sindicato das Empresas de Turismo no Estado de Mato Grosso (SINDETUR-MT), Oiran Gutierrez, o povo deve deixar de lado a “incompetência do poder público” e receber bem os turistas. Ele lamenta o fato de Cuiabá ter desperdiçado a chance de ser a “cereja do bolo” da Copa do Mundo, tendo em vista as belezas naturais próximas a capital, como o pantanal e a Chapada dos Guimarães, mas que o momento agora é de dissipar a “atmosfera negra” que tem se instalado no Estado nos últimos anos.
“O contexto negativo não irá mudar muito daqui até a Copa. Então devemos deixar momentaneamente de lado essa incompetência do poder público. Vamos enfeitar nossas casas e comércio para receber bem esses turistas”, diz ele.
Em março de 2009, Cuiabá foi escolhida como cidade sede da Copa do Mundo. No mesmo ano, o ex-governador Blairo Maggi (PR), que tinha Silval Barbosa (PMDB) como vice, apresentou um pacote de ações e obras a serem feitas na baixada cuiabana – em especial o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) – que deveriam estar prontas até o Mundial. Contudo, cinco anos depois, apenas 9 das 50 obras que estavam no planejamento do poder público saíram do papel – uma eficiência de apenas 20%.
Outros setores também se queixam da falta de investimentos. A construção civil, por exemplo, lamenta que empresários e profissionais mato-grossenses tenham ficado de fora dos processos e discussões da Copa.
Turista será "a galinha dos ovos de ouro"
E apesar de a maioria das obras da Copa não terem ficado prontas, a expectativa de faturamento é grande, não apenas para o lazer, mas sobretudo aos empresários e executivos que buscam a cidade para fazer negócios. De todos os turistas que visitam a capital de Mato Grosso, a ampla maioria deles, 98%, vem em busca para firmar parcerias e empreitadas com clientes.
Oiran Gutierrez assinala que os turistas não possuem culpa dos problemas ocasionados pelo poder público, que eventualmente provocam transtornos para os munícipes, mas que a população não deve esquecer que essas pessoas que acompanham as seleções dos respectivos países podem ser boas fontes de renda. “Os turistas que virão podem ser a galinha dos ovos de ouro nessa Copa”, conclui.