Cultura

Marinaldo Custódio lança ‘Vestida de Preto’ em Quatro Marcos nesta terça (18)

Marinaldo Custódio está com livro novo na praça. Ele, que em fins de 2010 havia publicado Viagens inventadas: crônicas e quase contos, oferece agora ao público leitor sua segunda coletânea, o volume Vestida de preto & outras crônicas, também pela editora Entrelinhas, de Cuiabá. A capa é da artista plástica Regina Pena; já o prefácio é do jornalista Lucas Bólico. Seu lançamento acontece nesta terça-feira (18) na cidade de São José dos Quatro Marcos, oeste de Mato Grosso.

Conforme ele registra na inédita “Menina da Aldeia em Bariloche”, se você for buscar a essência das duas coletâneas, verá que, sim, elas são muito parecidas, convergem em tantos pontos como se fossem uma só, pois que ambas retratam o mesmo mundo, as mesmas estradas, a mesma busca desse eterno viajante por um lugar, uma condição, um discurso, uma narrativa, enfim, capaz de lhe conferir verdadeiro sentido à vida.

A construção/elaboração da vida pela escrita.

Todavia, voltando à epiderme, é claro que são diferentes, afinal de contas, cada livro é um livro e da soma dos dois é que se vai construindo a linha do tempo da literatura/jornalismo do autor nesses cerca de oito anos de carreira (se formos contar apenas as suas publicações em livro).

Em Viagens inventadas…, havia um contrapeso mais evidente entre inéditas e não inéditas: das 22, só 13 eram inéditas enquanto as demais já haviam saído, em suas versões originais, seja em revista, seja em jornal. Já em Vestida de preto…, a coisa muda um pouco de figura: das 30 selecionadas para a coletânea, nada menos que 23 são inéditas enquanto as demais saíram primeiro, todas elas, em jornal.

Resumo: no livro de estreia, ainda predominava um pouco mais o apego do autor ao seu “baú de guardados” enquanto no novo, até certamente por já não ter tanta coisa anterior que ele considere digna de figurar em livro, o material inédito recebe mais relevo.

Escrever mais é preciso, pois.

Diálogo com outras artes, outros nomes

Em Vestida de preto & outras crônicas, como, de resto, em toda a sua escrita, o foco do escritor é dar voz a quem não a tem, na literatura, levando ao protagonismo gente anônima. Mas nem por isso deixa de trazer a lume o diálogo com figuras públicas, artistas, sobretudo. Assim, vemos pessoas da comunicação virarem personagens, caso de Brás Rubson em “Meu punk da periferia” e Eduardo Gomes de Andrade, o Brigadeiro (diretor-proprietário deste site) em “O Bobão da Roça”; poeta Lucinda Persona em “Vida menor flores de abóbora e joaninhas”; professor Sérgio Cintra em “Uma garota, o amor e a espuma da cerveja”; Sidney Muniz (in memoriam) e o atual senador e deputado federal (a partir de 2019) José Medeiros em “Um aplicativo para contar”; Milionário e José Rico e as jovens cantoras Lorena e Rafaela em “Eles no circo, elas no celular”; e o caso mais comentado até agora: o bardo cearense Belchior em “De blusão de couro e gibão medalhado”, em que se registra uma curiosa apresentação do personagem: “Ainda ontem encontrei Belchior na rua. Mas não era ele nem seu mais-tarde, antes, me pareceu um pouco mais-cedo, pois que sem dúvida me apareceu mais jovem e magro e moreno e sem ostentar o bigodão de outrora”.

O corte do vestido

Uma coincidência curiosa quanto aos dois livros é o tempo de escritura de ambos: em Viagens inventadas…, seis anos entre a publicação da primeira crônica (2004, em revista) e a do livro (2010). Idem em Vestida de preto…, pois sua nascente é em 2012 quando publica “O Bobão da Roça”, no Diário de Cuiabá.

No livro de agora, dentre as que saíram primeiramente em jornal, outras três provêm de uma coluna semanal que ele manteve em A Gazeta de abril a dezembro de 2013. São elas: “Vestida de preto” (que de início se chamou “Beleza vestida de preto num café”); “Uma garota, o amor e a espuma da cerveja” e “Nas palavras do Irmão João”. De 2014, são mais duas: “Menina das Canetas” (em A Gazeta) e “Em Chapada não posso chapar” (no Diário de Cuiabá). A última das sete que chegou ao leitor primeiro via imprensa é a autobiográfica “Meu punk da periferia”, publicada em agosto de 2018, também no Diário de Cuiabá (e, registre-se: na primeira versão deste site boamidia.com.br).

Dentre os 30 textos, se tomarmos por base alguns leitores que leram o livro todo ou partes dele, muitos são os destaques. O próprio Marinaldo, em seu artigo “Tomar o livro pela capa”, de agosto de 2018, destaca alguns, conforme se pode ver a seguir.

Entre as mais lembradas pelos leitores citados (a jovem vendedora de bilhetes rodoviários Helen, o professor Onivaldo [irmão do autor] e o advogado Gustavo Cardoso) despontam crônicas como “Ela – que às vezes sonha um pouco à beira da BR-174”; “Vestida de preto”; “Em Chapada não posso chapar”, “Menina das Canetas” e “De blusão de couro e gibão medalhado”.

Fora do artigo, deve-se registrar o recorte feito por Lucas Bólico quanto às crônicas que mais o marcaram: “O Bobão da Roça”; “Ela – que às vezes sonha um pouco à beira da BR-174”; “De blusão de couro e gibão medalhado” e “Moça em frente ao presépio”.

Agora, de tudo que nos chegou ao conhecimento, nada se compara, por enquanto, em termos de apreciação, à que foi feita pela jornalista Marisa Batalha após leitura cuidadosa do volume: ela destacou nada menos que 12 crônicas, quase a metade! Mas não se faz de rogada quando indagada acerca das que mais a impressionaram. Diz que já leu e releu, e ‘treleu’, “Vestida de preto”; “Nas palavras do Irmão João” e “Ela – que às vezes sonha um pouco à beira da BR-174” – especialmente a primeira (a que dá título ao livro).

Ainda uma vez voltando ao artigo “Tomar o livro pela capa”, conforme registra em seu fecho, Marinaldo diz esperar que o conjunto dessas impressões positivas de leitores especiais seja um indicativo de bons ventos para o lançamento prestes a ocorrer. E para a carreira toda do livro, como é óbvio.

“Que nos tragam sorte”, diz ele.

Serviço

Os livros podem ser adquiridos diretamente com o autor. Os contatos disponíveis são: mcmarinaldo@hotmail.com e marinaldoescritor@gmail.com.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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