Economia

Mantega promete esforço fiscal para 2014 acima da meta definida no Orçamento

 
“A meta de 1,1% [para o Governo Central, que inclui Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central] seria o mínimo a cumprir. Teria de haver uma catástrofe [para cumprirmos a meta mínima]. Certamente, vamos perseguir uma meta maior do que a que está no Orçamento”, disse o ministro, em encontro de fim de ano com jornalistas. Segundo Mantega, esse esforço mínimo só será atingido se o governo precisar usar totalmente o mecanismo que permite abater quase R$ 60 bilhões da meta original.
 
A Lei Orçamentária prevê meta de 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB) de superávit primário para o Governo Central e de R$ 167,3 bilhões para o setor público (União, estados e municípios), com a possibilidade de abater R$ 58,3 bilhões de gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e de desonerações tributárias, totalizando 2,1% do PIB.
 
Apesar de se comprometer em aumentar o esforço fiscal, Mantega disse que o número só será decidido no início do próximo ano, quando o governo editar o decreto de execução do Orçamento. “Antes de tudo, precisamos verificar se os cenários [econômicos] expostos no Orçamento vão se concretizar em 2014. Somente aí, será possível dar algum número mais preciso”, declarou.
 
De acordo com o Orçamento aprovado pelo Congresso, o PIB crescerá 3,8% no próximo ano, e a inflação oficial pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechará 2014 em 5,8%. Esses dados são importantes porque permitem ao governo estimar o quanto vai arrecadar no ano que vem e definir os cortes no Orçamento necessários para alcançar a meta de superávit primário.
 
Depois de manobras contábeis que provocaram críticas no fim de 2012, o governo empenhou-se em tornar a política fiscal mais transparente neste ano, ressaltou Mantega, melhorando a transparência e a confiabilidade das contas públicas ao longo de 2013.
 
“Neste ano, adotamos uma prática transparente [de divulgar as contas públicas]. Está tudo explícito. Estamos fazendo operações transparentes e divulgando tudo da forma mais correta possível”, destacou o ministro. Ele ressaltou algumas medidas neste sentido, como a proibição de usar recebíveis (direito de receber recursos) da Usina Hidrelétrica de Itaipu para cobrir a redução das tarifas de energia, que passou a vigorar no meio do ano.
 
O ministro reconheceu que as operações contábeis no fim do ano passado provocaram a desconfiança de parte dos investidores. Mantega, no entanto, ressaltou que o mau humor afetou apenas setores do mercado financeiro e não chegou a ter impacto na economia real. “A desconfiança não se manifestou em diversos setores da economia. Basta lembrar que, nesse ano, já entraram mais de US$ 60 bilhões de investimento estrangeiro direto no país. São recursos de quem tem confiança diretamente no Brasil”, declarou.
 
No fim do ano passado, o governo retirou R$ 12 bilhões do Fundo Soberano, poupança formada com o excedente do superávit primário de 2008, e usou R$ 7 bilhões de dividendos da Caixa Econômica Federal para alcançar a meta de esforço fiscal. A manobra provocou críticas de economistas, que acusaram o governo de maquiar as contas públicas.
 
Agência Brasil

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26