O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu nesta sexta-feira (7) que a transição da equipe econômica será marcada por "ajustes", com a redução de despesas crescentes na política fiscal e monetária. A declaração foi feita durante evento de política fiscal realizado na Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo.
"Temos agora que fazer uma redução importante das despesas e procuramos reduzir as que mais crescem, como seguro-desemprego, abonos e auxílio-doença, que representam um gasto de R$ 70 bilhões por ano", disse, assegurando que os ajustes serão feitos ainda antes de deixar o cargo, até o fim do ano, para iniciar 2015 em situação mais confortável.
Mantega deve deixar o comando do Ministério da Fazenda no próximo mandato da presidente Dilma Rousseff. Seu sucessor, no entanto, ainda não foi anunciado.
O ministro também citou a redução de subsídios nos financiamentos, como os empréstimos a baixo custo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) a empresas, como parte da nova política de austeridade. As medidas ainda não foram definidas e serão anunciadas oficialmente, ainda sem previsão de data.
Em setembro, as contas públicas tiveram um inesperado déficit primário em torno de R$ 20 bilhões, o maior da história, aumentando as chances de 2014 fechar no vermelho pela primeira vez.
Mantega atribuiu parte do mau resultado à redução da arrecadação, puxada pelo menor crescimento econômico. "Havendo uma recuperação, teremos aumento da arrecadação novamente", afirmou.
Quanto a mudanças na política monetária, o ministro citou a adoção de uma postura mais flexível, sem especificar como seria feita.
Com o anúncio, o governo abandona a política anticíclica, marcada por desonerações e incentivos pontuais em setores específicos, adotada em reação à crise internacional de 2008, e elogiada por Mantega.
G1