Dos 88.122 candidatos inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), 65.308 comparecem para realizar a prova no domingo (03), em Mato Grosso. O número corresponde a 74,1% dos participantes deste ano. Já outros 22.814 se ausentaram, o que representa 25,9% do total de inscritos no Estado. De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao Ministério da Educação (Mec), o número de abstenções em Mato Grosso foi o maior do país.
Em nível nacional, mais de 3,9 milhões de participantes realizaram a prova, o que corresponde a 76,9% dos 5,1 milhões de inscritos. O percentual de ausentes atingiu 23,1%, o que significa dizer que 1,2 milhão de pessoas não compareceram para fazer o teste. Outros três estados com maior percentual de abstenções foram Roraima (25,3%), Rondônia (25,2%) e Mato Grosso do Sul (25,1%).
Durante entrevista coletiva, após o encerramento do exame, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse que o primeiro dia ocorreu com tranquilidade. Garantiu ainda ter gostado do tema da redação deste ano: “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”. “Era um assunto que permitia várias possibilidades. Nós esperamos que o candidato consiga elaborar um texto com argumentos racionais, tangíveis e bem escrito”, afirmou.
Além da redação, os candidatos responderam questões de linguagens, códigos e suas tecnologias, e ciências humanas e suas tecnologias. Sobre as 90 questões nestas áreas, o presidente do Inep destacou que a prova conseguiu cobrir toda a base curricular. “A prova teve uma grande quantidade de textos de poesias. Além disso, destaco a objetividade dos comandos das questões, que foram bastante técnicos”, afirmou. No próximo domingo (10), os candidatos realizam provas de matemática e suas tecnologias e ciências da natureza e suas tecnologias.
Já 376 candidatos foram eliminados no país. Segundo o Inep, o primeiro dia de exame também registrou outro recorde: 91% dos estudantes inscritos visualizaram o cartão de confirmação da inscrição. Disponibilizado pelo Inep, o documento apresenta, entre outras informações, o local de provas dos participantes.
Segundo o Mec, o Enem deste ano foi realizado com novas regras para garantir a segurança. A principal mudança foi em relação à proibição de emissão de sons por aparelhos eletrônicos, mesmo dentro do envelope porta-objetos fornecido pelos fiscais de prova. Nesse número, também estão pessoas que se negaram a ser identificadas por biometria, por exemplo.
Pelas regras do exame, é proibido o uso de aparelhos eletrônicos no local de aplicação do Enem, como celulares. Eles devem ser desligados e colocados dentro do envelope porta-objetos que cada candidato recebe. O uso desses objetos leva à eliminação do candidato. Conforme previsto no edital do Enem 2019, os gabaritos oficiais e os cadernos de questões, em todas as suas versões, serão publicados em 13 de novembro.
OCORRÊNCIAS – De acordo com informações do Mec, o maior exame de acesso ao ensino superior aconteceu sem incidentes graves durante as cinco horas e meia de aplicação das provas, nos mais de 1,7 mil municípios de todas as regiões do país. Foram registradas situações pontuais, como queda de luz em local de prova. Neste caso, a reaplicação da prova do Enem está marcada para os dias 10 e 11 de dezembro. A solicitação por reaplicação pode ser realizada por inscritos que tenham conseguido fazer as provas em decorrência de problemas logísticos, como desastres naturais, falta de energia elétrica, entre outros.
O Inep também informou que é real a imagem da prova do Enem 2019 que circulou nas redes sociais. “É importante esclarecer que a divulgação, que ocorreu após o início da aplicação, não prejudicou o andamento do exame. Todos os participantes já tinham passado pelos procedimentos de segurança e estavam nos locais de prova”, informou por meio da assessoria de imprensa.
Segundo o Instituto, os órgãos competentes foram acionados para identificar a origem e o responsável pela divulgação da imagem. Mas, análises feitas até o momento indicam que o vazamento teria sido provocado por um aplicador de provas que, notando a ausência de três candidatos, teria aberto os cadernos e fotografado.