A maioria dos brasileiros manifesta apoio a uma reforma da Previdência, de acordo com pesquisa do Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e divulgada na quarta-feira (08).
59% acham que uma reforma é necessária, contra 36% que não acham e 5% que não sabem ou não souberam responder.
Foram ouvidos 2 mil eleitores, de 16 anos ou mais entre os dias 12 e 15 de abril de 2019 em 126 municípios. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, para cima e para baixo, com 95% de confiança.
A percepção de que as mudanças são imprescindíveis é maior entre os homens, os que têm ensino superior e renda familiar superior a cinco salários mínimos.
Em 2015, 65% dos brasileiros concordavam com o estabelecimento de uma idade mínima para a aposentadoria. Em 2019, esse percentual subiu para 72%.
No entanto, o cenário muda quando a situação é particularizada. Perguntados se “as pessoas devem se aposentar cada vez mais tarde visto que estão vivendo até idades cada vez mais avançadas”, 75% dos brasileiros discordam.
O desconhecimento da proposta de reforma do governo Bolsonaro é grande: apenas 36% afirmam estar familiarizados com o conteúdo.
51% daqueles que afirmam conhecer o texto se dizem contrários, enquanto 39% afirmam ser favoráveis.
Exceções
A ampla maioria da população (79%) sabe que, atualmente, alguns grupos de pessoas podem se
aposentar com regras diferentes.
Da mesma forma, a maior parte (71%) concorda que todos os grupos de pessoas deveriam estar sujeitos às mesmas regras de previdência.
No entanto, novamente o cenário muda quando os brasileiros são questionados sobre casos específicos.
62% acham que mulheres tem que ter regras diferentes de homens, e a mesma proporção apoia regras diferentes para trabalhadores rurais.
Por outro lado, a maioria (57%) discorda que os servidores públicos devam ter regras diferentes do setor privado, taxa que chega a 74% no que se refere às aposentadorias especiais de políticos.
Já 77% dos brasileiros afirmam ser dever da sociedade garantir um salário mínimo a todos os idosos de baixa renda, inclusive aqueles que nunca contribuíram para a previdência.