O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, defendeu a retirada do leite da lista de produtor beneficiados pelo livre comércio entre os países do Mercosul. Ao participar da Expointer, em Esteio (RS), neste fim de semana, Maggi disse acreditar que a medida evitaria distorções no mercado, provocadas, especialmente, pela importação do produto uruguaio.
“Vamos fazer estudos para avaliar essa possibilidade, inclusive já comuniquei isso ao presidente Michel Temer e ao ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes”, disse ele, de acordo com o divulgado pelo Ministério.
Um decisão do governo neste sentido atenderia reivindicações do setor. Representantes da cadeia produtiva leiteira e de cooperativas têm procurado o governo, cobrando uma ação contra as importações que, segundo eles, tem provocado depreciação do leite brasileiro.
No último dia 22, Maggi discutiu o assunto em reunião com a direção da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB). Ele disse que iria propor ao governo uruguaio um acordo de cotas de importação, a exemplo do que já existe com a Argentina. Uma opção seria alterar instrução normativa que trata da compra de produtos lácteos.
Aftosa
E entrevista coletiva, Maggi disse que o Brasil deve se tornar país livre de febre aftosa sem a necessidade de vacinação em 2021 ou 2022. Segundo ele, o fim da vacinação deve começar pela região Norte.
O ministro ainda reiterou que a saponina será retirada da composição da vacina contra a aftosa. A substância foi apontada como responsável pela ocorrência de abscessos na carne, que motivou a suspensão das importações por parte dos Estados Unidos.
Ele afirmou também que o Ministério da Agricultura estuda a criação de um fundo para cobrir despesas fitossanitárias. Sem detalhar como esse fundo seria formado, Maggi disse é melhor pagar e ter o serviço do que não ter.