A juíza Gleide Santos Bispo da Vara da Infância e da Juventude de Cuiabá decidiu encaminhar provisoriamente para um abrigo de menores, o bebê de 1 ano e 8 meses, dado como sequestrado, na tarde de domingo (27). A medida foi tomada na tarde da terça-feira (28) quando aconteceu uma audiência no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) entre a magistrada e a mãe da criança Rúbia Juliana Pereira Duarte, de 28 anos.
Rúbia é suspeita de ter divulgado o boato que seu filho teria sido sequestrado no parque Mãe Bonifácia, em Cuiabá. A informação que circulou nas redes sociais (Facebook e What’App) se espalhou rapidamente e levou dezenas de pessoas a porta da reserva ecológica, na intenção de realizar buscas pelo garoto.
O processo que está sob supervisão da juíza Gleide Bispo corre em segredo de justiça. A medida visa proteger o garoto e a família de possíveis assédios e ataques. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Corregedoria TJMT. Contudo as razões que teriam levado a juíza a decidir pela perda provisória de custódia do garoto, não puderam ser reveladas pela assessoria.
Por conta da prerrogativa desta ação judicial, os servidores da Prefeitura de Cuiabá e do Conselho Tutelar também não podem divulgar o paradeiro do menino.
O caso
Dezenas de pessoas se mobilizaram para tentar encontrar o menino de quase dois anos, supostamente desaparecido no Parque Mãe Bonifácia, no início da tarde deste domingo (27). Fotos, nomes e telefones solicitavam a ajuda das pessoas para encontrar o garoto. Isso mobilizou dezenas de pessoas que foram até o local do desaparecimento tentar reforçar as buscas pelo menino. Munidos de lanternas e até cães as pessoas tentavam entrar no parque após seu horário de funcionamento.
Após várias ligações da imprensa e de pessoas preocupadas com o sumiço do garoto, a polícia Militar foi até o local para averiguar a situação. Contudo não permitiram a entrada dos populares no parque, ao invés disso, investigadores localizaram o endereço de Rúbia e foram até o seu apartamento. Lá ,após arrombar a porta, encontraram mãe e filho dormindo. A mulher foi levada para a delegacia de policia para prestar depoimento sobre o caso.
Para o delegado e conselheiro tutelar a mulher relatou que o filho havia sumido, contudo reapareceu depois de 40 minutos de buscas. No Boletim de Ocorrência que foi registrado, a mãe falou também que enviou a mensagem de socorro em um grupo de amigos. Todavia depois de ter encontrado o filho, o seu celular teria ‘dado pane’ e ela não conseguiu comunicar que já havia encontrado o bebê.
Boataria
Várias versões para a história foram dadas, Porém, tudo ainda está sendo investigado pela polícia. No boletim de ocorrência de número 2015.286247 a babá do garoto, Gisele Camarão Pereira, 37 anos, disse em depoimento que a mãe faz uso de medicamentos controlados e relatou o sumiço pelo Whats’App.
Contudo Rúbia negou as informações e disse para vários veículos de comunicação que vem sofrendo represarias de várias pessoas. Além disso, está sendo achacalhada e hostilizada na rua pelo fato.
Na audiência, ficou evidente a disputa de guarda entre o pai e a mãe da criança. Em uma das vertentes supõem-se que ela tenha feito isso para chamar a atenção do ex-marido. A mãe foi procurada pela reportagem do Circuito Mato Grosso, mas disse que foi aconselhada, pela juíza, a não falar mais sobre o caso até seu desfecho.
A decisão da juíza tem validade temporária até que essa situação de conflito se resolva, para que a criança não seja exposta e esteja protegida física e psicologicamente.
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