A mãe do traficante Jean Piloto, morto no mês passado durante um confronto com agentes da Polícia Civil durante operação no Morro da Quitanda, em Casta Barros, no Subúrbio do Rio, foi condenada. A sentença foi anunciada na noite de segunda-feira (14) pelo Juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio.
Cátia Rosa, de 49 anos foi condenada a cinco anos de prisão, em regime fechado, por porte ilegal de arma de uso restrito e crime ambiental.
Após a morte de Celso Pinheiro Pimenta, o Playboy, Jean Piloto se tornou um dos chefes do crime organizado que atua no Morro da Pedreira. Cátia está presa desde maio. Ela foi detida em casa, em Costa Barros, por policiais da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC). Na sala, os agentes encontraram uma jiboia que seria um animal de estimação de Jean Piloto.
Atrás de um armário da casa, também estava um fuzil com luneta telescópica, além de um carregador com munição. Os investigadores dizem que, em uma foto que mostra um assalto em Costa Barros, Jean Piloto está usando o fuzil apreendido na casa da mãe.
“Não pode ter uma mesma pena quando se mantém sob sua guarda um revólver calibre 45 e um fuzil com mira telescópica, porque a potencialidade lesiva de um fuzil é muito maior”, explicou o juiz.
Jean Piloto e Playboy faziam parte da principal quadrilha responsável pelos roubos de cargas no estado do Rio.
Nas imagens que mostram um assalto, na Pavuna, Jean Piloto é quem assume o volante de um carro roubado. A caminhonete transportava bebidas e cigarro. Após a morte de Playboy e Jean Piloto, a polícia procura agora o traficante Carlos Fernandes, o Arafat, que seria o novo chefe da quadrilha. O disque denúncia oferece R$ 1mil de recompensa por informações que levem ao traficante.
O delegado responsável pelas investigações que prendeu a mãe de Jean Piloto falou sobre a condenação de Cátia Rosa. “Foi bem satisfatória. Porque uma coisa é a mãe esconder o filho que é um marginal, outra coisa é ocultar uma arma de fogo de uso exclusivo das forças armadas”, disse Marcelo Martins, delegado da DRFC
Idolatria a Playboy
O braço direito Playboy disse, em post no Facebook, que estava "cheio de ódio" para "vingar" a morte de Playboy, também baleado pela polícia, no sábado (8). Mostrando idolatria pelo traficante, ele pôs várias fotos de Playboy em seu perfil.
Em outra postagem, Piloto se vangloria do roubo de quase 200 motos de um depósito do Detro – os veículos foram devolvidos depois. "Até hoje eu não vi uma igual a gente botamos pra f… agente exculachamos porra.. muita bala na nossa ex p… kkk" (SIC).
Playboy chefiava a quadrilha considerada a mais violenta no Estado e era condenado por tráfico de drogas, roubo e homicídio.
Cem policiais entraram na favela com carros blindados e a ajuda de um helicóptero. Os agentes descobriram que Playboy poderia estar em três pontos diferentes da favela. Pela manhã, os policiais encontraram o traficante em um dos endereços.
Houve troca de tiros. O bandido reagiu, levou dois tiros de fuzil, um no peito e outro na perna, e foi levado para o hospital. Mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Celso Pinheiro Pimenta era o traficante mais procurado da cidade. O Disque-Denúncia oferecia recompensa de R$ 50 mil para quem tivesse informações sobre ele.
Era chamado de Playboy porque veio de uma família de classe média. Começou no crime roubando casas. Também tinha condenações por tráfico de drogas e homicídio qualificado. Após a morte de Playboy, Carlos José da Silva Fernandes, o Arafat, é o mais cotado para assumir o controle do tráfico na região da Pedreira.
Fonte: G1