A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (4), uma força tarefa para desarticular um grupo criminoso envolvido com o tráfico de drogas, furtos, roubo e extorsão e ataques contra agentes das forças de segurança na região leste de Mato Grosso. A maioria dos alvos dos mandados judiciais está nas posições de liderança da facção, incluindo o comandante do bando, que já está detido em uma unidade prisional.
Cerca de 50 agentes atuam no cumprimento dos 16 mandados de prisão preventiva e oito de busca e apreensão da ‘Operação Number One’. As ordens expedidas pela Justiça Estadual estão sendo cumpridas em Cuiabá, Água Boa e Barra do Garças.
Segundo o delegado regional de Água Boa e coordenador dos trabalhos, Valmon Pereira da Silva, a operação possui objetos prioritários como coibir a ramificação e permanência da organização na região e responsabilizar os criminosos por atos de violência perpetrados.
“Além de desarticular a atuação da facção, a operação tem o objetivo de apreender armas, munições, drogas e produtos oriundos de furtos, que são objetos das buscas, devolvendo a tranquilidade à sociedade já que, os integrantes do grupo criminoso têm agido de forma intimidatória para marcar território”, disse Valmon.
Investigação
O trabalho investigativo iniciou em 2019 reunindo provas que resultaram na identificação de uma complexa rede criminosa atuante dentro e fora de unidades prisionais de Mato Grosso. De acordo com o delegado Deuel Santana, os integrantes do grupo, mesmo detidos do em unidades prisionais, ordenam crimes e participam diretamente de suas execuções.
"Durante as diligências, ficou demonstrado que, apesar dos esforços empreendidos pelo aparelho estatal, celulares continuam chegando aos reeducandos. Estes, por sua vez, usam a tecnologia em favor do crime. Mesmos presos, os criminosos transmitem ordens aos comparsas que estão fora em funções designadas pelos líderes”.
“A forma violenta de agir contra aqueles que contrariam os propósitos do grupo foi outro fator característico constatado durante o trabalho investigativo”.
No volumoso caderno investigativo há provas testemunhais, vídeos de crimes sendo praticados, diálogos com conteúdos que demonstram uma escala piramidal com funções específicas e uma clara demonstração do grupo em monopolizar o comércio de drogas no estado de Mato Grosso.
Ficou demonstrado ainda o propósito de crescer numericamente do grupo criminoso com admissão (batismo) – inclusive de adolescentes. O grupo busca firmar-se como poder paralelo tentando instituir “proteção” a comerciantes mediante cobrança de taxas.