A Latam anunciou na noite desta quinta-feira, 9, que entrou com uma moção que visa estender o período de exclusividade para apresentar o seu plano de reorganização até 15 de outubro de 2021 e solicitar sua aprovação até 15 de dezembro deste ano. O pedido ocorre no âmbito do processo de Chapter 11 (equivalente à recuperação judicial do Brasil) que o grupo enfrenta nos Estados Unidos. A Latam informa ainda ter recebido ofertas de financiamento de mais de US$ 5 bilhões cada.
"As extensões solicitadas promoverão o desenvolvimento de um plano de reorganização que satisfaça o capital de saída da Latam e as suas necessidades de financiamento e auxilia nas negociações com as várias partes interessadas no Chapter 11", disse o grupo em comunicado.
O prazo para negociações exclusivas com credores terminaria em 15 de setembro, mas o grupo tinha a possibilidade de pedir a extensão do período.
Como parte do seu processo de financiamento de saída, a Latam recebeu até o momento "várias ofertas" de seus principais credores e acionistas majoritários, "fornecendo cada uma mais de US$ 5 bilhões de novos fundos, o que reafirma a confiança do mercado na Latam", diz a nota.
Cada proposta de saída contempla a captação de mais de US$ 5 bilhões por meio da emissão de nova dívida e capital no grupo Latam, que contaria com o apoio das partes proponentes. Além disso, a cada proposta, os proponentes consideram que, se aprovada e implementada, resultaria em uma diluição substancial das ações atualmente existentes do grupo.
"A Latam continuará discutindo as propostas com os proponentes e outras partes interessadas. O grupo busca garantir que qualquer estratégia de saída lhe permita emergir com uma estrutura de capital robusta, liquidez adequada e capacidade de executar com sucesso o seu plano de negócios", diz em nota.
Plano de negócios
Até 2024, a Latam prevê recuperar a rentabilidade aos níveis de 2019 e, até 2026, aumentar o resultado operacional em 78% em relação ao período pré-pandemia.
O plano de negócios inclui uma visão da recuperação da demanda, o plano de frota e as projeções financeiras e operacionais até 2026, entre outros. Em relação à capacidade projetada (ASK), o grupo espera retornar aos níveis pré-pandêmicos em 2024 e ter um crescimento de 7% até 2026, em relação a 2019, "em função da esperada recuperação do mercado doméstico até 2022 e do internacional até 2024, em linha com o anunciado pelo setor".