Condenada a 20 anos de prisão por envolvimento na morte do marido, Renné Senna, que ganhou R$ 52 milhões na Mega-Sena em 2005, a cabeleireira Adriana Ferreira Almeida, teve sua prisão revogada pela Justiça do Rio de Janeiro.
Conhecida com a "Viúva da Mega-Sena", Adriana poderá deixar o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona oeste do Rio, já nesta terça-feira (20) desde que adquira tornozeleiras eletrônicas — em crise, o Estado do Rio aprovou em novembro uma lei que obriga os presos a comprarem os próprios dispositivos de monitoramento eletrônico caso tenham a possibilidade de cumprir a pena em regime aberto ou semi aberto.
O juiz Pedro Amorim Gotlib Pilderwasser atendeu ao pedido do advogado da ré, Jackson Costa Rodrigues, e considerou que ela não apresenta "risco à ordem pública".
Adriana, no entanto, terá que comparecer mensalmente em juízo para informar e justificar suas atividades; está proibida de manter contato com a família da vítima e com as testemunhas de acusação do processo; não pode se ausentar da comarca em que reside sem autorização judicial; é obrigada a permanecer em recolhimento domiciliar em sua residência, em Cachoeiras de Macacu, no período noturno e nos fins de semana e também precisa usar a tornozeleira eletrônica.
Ela foi condenada na semana passada pelo Tribunal do Júri de Rio Bonito (RJ) por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e sem chance de defesa, praticado contra Renné. Na sentença, Pilderwasser havia decretado a prisão preventiva da ré e inicialmente descartado a possibilidade dela recorrer em liberdade.
Adriana Ferreira de Almeida tinha sido absolvida pelo Conselho de Sentença de Rio Bonito, em dezembro de 2011. À época, a promotora Priscila Naegele se disse surpresa com o resultado devido à "consistência" das provas e prometeu recorrer.
O Tribunal de Justiça do Rio decidiu, em abril 2014, submeter Adriana a um novo júri. Os desembargadores acolheram a tese da Promotoria de que a decisão dos jurados foi contrária à prova dos autos.
Morte
Senna foi morto em janeiro 2007, dois anos após ganhar o prêmio de R$ 52 milhões na Mega-Sena. A viúva teria se aliado a uma amiga e a quatro ex-seguranças do milionário para cometer o crime.
Deficiente físico –Senna teve as duas pernas amputadas por causa da diabetes–, o ex-lavrador foi morto com quatro tiros na cabeça em um bar em Rio Bonito. Adriana era apontada como a mandante do assassinato.
O ex-PM Anderson Sousa e o funcionário público Ednei Gonçalves Pereira, acusados de serem os autores dos disparos, foram condenados, em julho de 2009. Eles cumprem pena de 18 anos de prisão pelo crime. A outra ré no processo, amiga de Adriana, foi absolvida.
Fonte: UOL