Gastar demais no cartão de crédito ou no cheque especial está cada vez mais perigoso. Os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, a modalidade maiscara do mercado, voltaram a subir em agosto, e atingiram a marca de 403,5% ao ano, informou o Banco Central nesta quarta-feira (23).
A taxa é um novo recorde na série histórica do BC, que tem início em março de 2011. Em julho, o juro médio do cartão era de 394,7%.
Cheque especial
Os juros do cheque especial também voltaram a subir no mês passado, atingindo 253,2% ao ano. Em julho, a taxa era de 246,9%. Nessa modalidade de crédito, a taxa de juros atingiu o maior patamar desde setembro de 1995, quando estava em 271,46%, ainda segundo dados do BC.
Os juros cobrados pelos bancos nesta linha de crédito tiveram forte aumento nos últimos meses. No fim de 2013, estavam em 148,1% ao ano. O crescimento, portanto, foi de 105,1 pontos percentuais nos últimos 20 meses.
Consignado, crédito pessoal e veículos
No caso das operações de crédito pessoal para pessoas físicas (sem contar o consignado), de acordo com o Banco Central, a taxa média cobrada pelos bancos ficou em 120,9% ao ano em agosto, contra 117,5% ao ano em junho. Nesse caso, houve uma alta de 1,1 ponto percentual.
Ainda segundo o BC, a taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras nas operações do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) ficou em 27,8% em agosto, mesma tax a do mês anterior.
Para aquisição de veículos, a taxa média cobrada das pessoas físicas subiu para 24,8%, ante 24,5% em julho.
Alta dos juros básicos da economia
O aumento dos juros bancários acompanha a alta da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para tentar conter as pressões inflacionárias.
Desde outubro do ano passado, o BC vem subindo os juros ininterruptamente. Naquele momento, a taxa estava em 11% ao ano. No fim de maio, já havia avançado para 14,25% ao ano, um aumento de 3,25 pontos percentuais. Os números mostram que os bancos elevaram suas taxas de juros ao consumidor de maneira mais intensa.
Fonte: G1