Foto: Ahmad Jarrah / Circuito MT
Pela terceira vez neste ano, o ex-deputado José Geraldo Riva foi preso no início da noite desta terça-feira (13) por agentes do Grupo de Ação e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual (MPE), por meio de uma decisão da juíza da 7ª Vara Criminal da Capital, Selma Rosane Arruda. Ele estava em uma farmácia na Avenida Lavapés, em Cuiabá.
A nova prisão faz parte da segunda fase Operação Metástase, denominada Célula Mãe, que investiga um esquema que teria desviado R$ 2 milhões por meio da verba de suprimentos na Assembleia, que tinha como finalidade custear compras emergências de produtos como marmitas, cartuchos e materiais gráficos. A Operação foi deflagrada, em 23 de setembro, e resultou no mandado de prisão de 22 pessoas ligadas ao Legislativo.
Após passar por exame de corpo de delito, o político foi encaminhado para o Centro de Custódia da capital. Mesmo local onde ficou preso outras vezes e onde hoje está cumprindo mandado de prisão preventiva o ex-governador Silval Barbosa (PMDB) e os ex-secretários de estado, Pedro Nadaf e Marcel de Cursi.
Riva foi preso por supostamente estar atrapalhando as investigações da operação, além de ter sido citado como líder do esquema por alguns dos funcionários detidos no mês passado.
O político foi preso às vésperas do aniversário do seu neto, José Geraldo Riva Neto. A festa seria nesta quarta-feira (14). Além da prisão preventiva de Riva, a magistrada decretou outros dois mandados contra Maria Helena Caramelo – servidora de carreira no Parlamento e ex-chefe de Gabinete da Mesa Diretora, na época de Riva – e Geraldo Lauro.
Terceira prisão em 2015
Esta é a terceira prisão do ex-deputado neste ano. A primeira ocorreu no dia em 21 de fevereiro durante a deflagração da Operação Imperador, que investiga fraudes em licitações da Assembleia. O ex-deputado é apontado como líder da organização que teria desviado mais de R$ 60 milhões dos cofres públicos com falsas aquisições envolvendo cinco empresas do ramo de papelaria, todas de “fachada”.
Solto no dia 24 de junho, após decisão do Supremo Tribunal Federal, o político voltou a ser preso uma semana depois pelo Gaeco, na operação Ventriloquo, que investiga uma organização criminosa instalada na Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso e que teria desviado milhões de reais dos cofres públicos. As medidas até então em cumprimento são de mandados de prisão preventiva, buscas e apreensões e conduções coercitivas. Após voltar para o Centro de Custódia, o ex-parlamentar foi solto um dia após ser preso, em nova decisão do STF.
Nota da defesa
A defesa de José Riva evitou tecer comentários sobre os motivos da prisão dele, uma vez que ainda não tem conhecimento do processo. Porém, o advogado Rodrigo Mudrovitsch considerou exagerada a nova detenção, uma vez que ele já estava cumprindo medidas cautelares impostas por conta das prisões anteriores.
Veja íntegra da nota:
“A defesa do ex-Deputado José Geraldo Riva, preso na tarde desta terça-feira (13.10) em Cuiabá, afirma que por enquanto ainda não irá se manifestar sobre o caso até que tenha pleno conhecimento dos motivos que levaram à esta nova prisão uma vez que ele já cumpria medidas restritivas e não oferecia risco algum de fuga ou à sociedade. "Por enquanto não há o que declarar uma vez que ainda não tivemos acesso ao processo".
Dois últimos servidores presos pelo Gaeco são liberados
Seis servidores presos trabalham com a deputada Janaína Riva
Gaeco prende 21 servidores por suspeita de fraude na AL
Atualizada às 8h30min. – 14/10/2015