A conversa acontecerá no apartamento dela, depois que os dois passarem a noite juntos. Enquanto o empresário estiver se vestindo, a amante reclamará da nova empregada.
– Ai, amor… Essa história de ter uma empregada aqui dentro… Será que vai dar certo mesmo? Não sei se consigo dar ordem, bancar de patroa.
O milionário tranquilizará Isis, que continuará preocupada:
– Será que um dia vou dar conta do recado? Ser patroa, dona de uma casa… Um lar? Eu penso muito no dia em que a gente possa ficar juntos, como um casal de verdade. Eu de dona da casa, madame, esposa.
José Alfredo levará um susto, mas a ninfeta não desistirá de desabafar:
– Desculpa, amor, nunca tive coragem de te perguntar, mas queria muito saber: você seria capaz de um dia me assumir como sua legítima mulher?
– Isis, você não sabe o que está dizendo – desconversará ele.
– Claro que sei. Eu te amo, te amo de uma maneira… Quando você sai por essa porta, parece que meu mundo acaba! Nada tem graça sem a sua presença, minha vida fica sem sentido nenhum. Eu queria viver com você 24 horas por dia, como um casal normal de verdade.
O empresário dirá que não é o homem idealizado pela ninfeta e ressaltará seu mau humor diário. A jovem insistirá que José Alfredo pode mudar, mas ele responderá que isso não seria possível.
– Não vou deixar de te amar nunca – dirá ela.
– Então é assim que tem que ser. Garanto que é a melhor maneira de a gente se relacionar. E agora tenho que ir, me esperam em casa – encerrará o Comendador.
Mais tarde, ele refletirá sobre o assunto e ficará compadecido ao lembrar das palavras de Isis.
– Pobre criança – lamentará.
Patricia Kogut