Segundo o relatório, bilateralmente foram R$ 195 milhões vinculados a ações na América Latina e Caribe, R$ 65 milhões a países africanos, R$ 6 milhões à Ásia e Oriente Médio, R$ 11 milhões com países europeus, R$ 3 milhões com a América do Norte e R$ 6 milhões com a Oceania, incluindo Timor-Leste.
No relatório são contabilizadas despesas realizadas por órgãos da administração pública federal com cooperação técnica, educacional, científica e tecnológica, humanitária, apoio e proteção a refugiados, operações de manutenção da paz e com organismos internacionais.
De acordo com o Ipea, o gasto de R$ 1,6 bilhão corresponde à disponibilização de pessoal, infraestrutura e financeiro de organizações e instituições no exterior, participação em missões ou operações de manutenção de paz, gestão de programas científico-tecnológicos, cooperação humanitária, apoio a refugiados em território nacional e doações oficiais.
O diretor de estudos e relações econômicas e políticas internacionais do Ipea, Renato Baumann, afirmou que a princípio o relatório servirá apenas como fornecimento de dados. Segundo ele, a instituição ainda busca a melhor maneira para se fazer uma análise desses números.
“Vamos começar pelo esclarecimento das ações. Vamos expandir o conhecimento para depois para passar para a analítica. Sabemos que não vamos muito longe dando os quantitativos e a ideia é esclarecer o que fez e depois polemizar o que está sendo feito”, afirmou.
Apesar disso, Baumann ressaltou o crescimento dos gastos com cooperação humanitária e manutenção de paz. “Se tomarmos os números colocamos nos R$ 1,6 bilhão, vamos verificar que modalidades tiveram um crescimento. Esses dois quesitos explicam um crescimento pelas conjunturas havidas. São quase R$ 709 milhões nessas duas cooperações em termos de desastres ambientais e naturais e nas operações de paz para problemas locais. Essa é uma das explicações para o crescimento”, afirmou.
Dos R$ 1,6 bilhão, a maior quantia cedida pelo Brasil foi destinada a operações de manutenção de paz, totalizando mais de R$ 585 milhões. Em seguida está a contribuição com organismos internacionais, com mais de R$ 548 milhões. A menor contribuição foi destinada ao apoio e proteção a refugiados, com pouco mais de R$ 1 milhão.
O Cobradi mostra ainda que, só em 2010, foram gastos mais de R$ 800 mil com a Venezuela, por conta das enchentes que atingiram o país naquele ano. O valor inclui a doação de alimentos e barracas para as vítimas da catástrofe que, em dezembro de 2010, afetou mais de 100 mil pessoas e matou dezenas de venezuelanos.
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