Bernardo Winik, diretor de Varejo da Oi, fala à imprensa nesta quarta-feira (29) (Foto: Karina Trevizan/G1)
O diretor de varejo da Oi, Bernardo Winik, afirmou nesta quarta-feira (29) que, mesmo com o pedido de recuperação judicial apresentado pela empresa, os investimentos programados para 2016 “estão mantidos”. “Meu orçamento não mudou”, disse Winik, esclarecendo que a manutenção se refere a investimentos de toda a companhia.
“Independentemente do que tenha acontecido na semana passada, os investimentos estão mantidos. Nada mudou”, afirmou o executivo. A declaração foi feita em coletiva de imprensa na Feira e Congresso da Associação Brasileira de Televisão por assinatura.
A Oi anunciou no último dia 20 que entrou com pedido de recuperação judicial no Rio de Janeiro, incluindo no processo um total de R$ 65,4 bilhões em dívidas. A Oi é a maior operadora em telefonia fixa do país e a quarta em telefonia móvel, com cerca de 70 milhões de clientes.
Winik apontou que, conforme balanços trimestrais divulgados pela empresa, os investimentos da Oi vêm crescendo, registrando alta de 22% no primeiro trimestre deste ano.
O executivo ressaltou ainda que “2015 foi um ano de arrumação de casa, com redução de custos”. “Olhamos também muito a questão de rentabilidade, direcionamos investimentos para ações de maior retorno, realinhamos preços que estavam fora do mercado”, afirmou.
O diretor de varejo afirmou que não houve mudança nas operações de serviços ou na demanda de clientes após as notícias de recuperação judicial. “A vida operacionalmente continua absolutamente normal. A gente está com foco total na operação, as vendas não diminuíram por conta disso, a recarga não diminuiu por conta disso”, afirmou.
“A gente se preocupou em orientar muito bem os colaboradores que têm relacionamento com o consumidor de que esse é um processo de renegociação com bancos e credores, que não afeta em nada a vida do cliente.”
O presidente da Anatel, João Rezende, disse nesta quarta que a agência será parte no processo de recuperação judicial da Oi se a Justiça aprovar o pedido feito pela operadora para reestruturar sua dívida.
"Estamos acompanhando a questão da recuperação judicial e assim que o juiz deferir vamos entrar como parte no processo para acompanhar todas as negociações referentes a isso", afirmou a jornalistas.
Segundo Rezende, a agência está tomando medidas reservadas sobre o caso, que ainda não podem ser anunciadas. "Estamos trabalhando para fazer com que o usuário tenha garantida a continuidade do trabalho da Oi, principalmente no campo operacional", disse o presidente da Anatel.
"Para que não haja nenhum risco sistêmico do setor de telecomunicações, nós temos todo o interesse de garantir a continuidade do serviço."
Novos serviços
Durante a apresentação, Winik falou sobre o lançamento de novos serviços da operadora. Um deles foi a modalidade pré-paga do serviço de TV por assinatura, com opção de compartilhamento de créditos entre o celular e a TV. “A gente está muito otimista com esses lançamentos”, diz Winik.
A empresa apresentou também resultados dos serviços. Segundo a Oi, o número de assinantes do serviço que integra telefone móvel, banda larga e TV por assinatura chegou a 320 mil, com cerca de 80 mil instalações mensais. “A despeito de todo o problema macroeconômico, a gente é a única operadora que cresce no Brasil", afirmou o executivo.
Fonte: G1