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Intervenção do exército tem apoio de quatro em cada cinco moradores no Rio de Janeiro

Pesquisa aponta amplo apoio da população carioca à ação dos militares, mas apenas 20% acham que a situação melhorou após um mês de ocupação. Há ceticismo sobre esclarecimento da morte de Marielle.

Após um mês em vigor, a intervenção federal no Rio de Janeiro tem o apoio de um em cada quatro moradores da cidade, mas apenas 21% acham que a situação melhorou com os militares nas ruas, segundo revela pesquisa do Instituto Datafolha divulgada neste domingo (25).

A pesquisa, que se concentrou apenas na cidade do Rio, aponta um apoio de 76% à intervenção federal de segurança pública, com 20% opinando contra a decisão do presidente Michel Temer – 5% dos entrevistados preferiram não se manifestar.

Pouco mais da metade dos cariocas se dizem otimistas de que as coisas vão melhorar ao fim da intervenção, mas 71% dizem ainda não terem visto melhoras. Para 36%, tudo continuará como era antes quando o Exército sair das ruas.

Em todas as regiões da cidade e em todos os segmentos socioecômicos, destaca a pesquisa, há apoio majoritário à intervenção. Há, por exemplo, apenas uma pequena diferença no apoio entre quem mora (78%) e quem não mora (75%) em favelas.

Igualmente não há variação na opinião pela cora da pele: brancos, pardos e negros apoiam em 76% a ação dos militares. O apoio, porém, é menor (70%) entre moradores do Rio com nível superior completo de estudos.

Por região, apoiam com menor peso a intervenção os moradores das áreas mais nobres do Rio (63%), discernidas no estudo como Zona Sul (mais Tijuca). O maior suporte aos militares está na Zona Oeste, com 81%.

Em comparação a uma pesquisa feita em outubro do ano passado, o apoio, de maneira geral, ao uso das Forças Armadas para fazer a segurança no Rio caiu, de 83% na época para 79% agora.

A sondagem do Datafolha também confirmou uma sensação crescente entre os cariocas: a de que muitos gostariam de deixar a cidade por conta da violência (73%). Mais de 10% afirmam que evitam sair à noite por medo da criminalidade.

Também foi indagado aos entrevistados se eles acreditavam que o assassinato da vereadora Marielle Franco seria esclarecido: apenas seis em cada dez disseram achar que os responsáveis serão presos.

A pesquisa foi feita entre as últimas quarta e sexta-feiras, em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, e ouviu mais de mil pessoas, com margem de erro de três pontos percentuais.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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