Economia

Inflação registra taxa de 0,39% em janeiro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve variação de 0,39% em janeiro e ficou acima da taxa de 0,35% de dezembro em 0,04 ponto percentual (p.p). Depois da variação de 0,31% de janeiro de 2017, esta é a menor taxa para um mês de janeiro desde 1994, quando foi criado o Plano Real. No acumulado dos últimos doze meses, o índice registrou 3,02%, ficando acima dos 2,94% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores.

Em janeiro, embora os Transportes tenham apresentado o mais elevado resultado entre os grupos, com 0,86%, foi Alimentação e Bebidas o principal responsável pelo crescimento da taxa do IPCA-15, ao passar de 0,35% para 0,39% de dezembro para janeiro. Na região metropolitana de Curitiba, a alta dos alimentos chegou a atingir 1,54%, ao passo que na de Porto Alegre, a alta foi de 0,16%. A tabela a seguir mostra os resultados de todos os grupos de produtos e serviços pesquisados.

Interrompendo a sequência de quedas registradas nos últimos sete meses, o grupo Alimentação e Bebidas (0,76% e 0,19 p.p.) voltou a subir sob a pressão dos alimentos consumidos em casa, que variaram 0,97%. Os preços de alguns produtos subiram bastante, inclusive invertendo a queda registrada em dezembro, como o tomate (19,58%), a batata-inglesa (11,70%) e as frutas (4,39%). As carnes variaram 1,53%, após a alta de 0,41% de dezembro. Outros que vinham caindo intensificaram a queda, como o feijão-carioca (de -5,02% para -5,86%) e o leite longa vida (de -0,24% para -1,69%).

Na alimentação fora, as áreas variaram da queda de 0,97%, na região metropolitana de Porto Alegre, até a alta de 2,33% na de Curitiba.

Transportes (0,86%) constituiu-se na maior alta entre os grupos, tendo em vista a influência dos combustíveis, cujos preços subiram 2,54%, com destaque para a gasolina, que ficou com o mais elevado impacto, de 0,10 p.p. O preço do litro passou a custar, em média, 2,36% a mais, refletindo, nas bombas, os reajustes autorizados pela Petrobrás, nas refinarias, que totalizaram 2,75% no período de coleta do IPCA-15 (14 de dezembro de 2017 a 15 de janeiro de 2018).

Além da gasolina (2,36%), as despesas com Transportes foram pressionadas pelo etanol (3,86%) e pelas tarifas dos ônibus urbanos (0,43%) e intermunicipais (0,94%).

A respeito dos ônibus urbanos, a alta de 0,43% é consequência das variações apropriadas em Salvador (1,20%), que refletiu o reajuste de 2,78% nas tarifas, desde 2 de janeiro e em São Paulo (1,32%), onde o reajuste foi de 5,26% a partir de 7 de janeiro. Ainda em São Paulo, trem (1,32%) e metrô (1,32%) também foram reajustados em 5,26% na mesma data.

O grupo Habitação (-0,41%) foi o único a apresentar queda no mês. Esta foi motivada pelas contas de energia elétrica que ficaram 3,97% mais baratas e geraram impacto de              -0,15p.p., o mais forte impacto para baixo. Isto devido à volta, a partir de 1º de janeiro, da bandeira tarifária verde, sem custo adicional nas tarifas cobradas aos consumidores, em substituição à vermelha patamar 1, que implicava em um custo adicional de R$ 0,03 por cada kwh consumido. As regiões pesquisadas apresentaram variações que foram da queda de 7,54%, em Belém, até a alta de 5,43%, em Porto Alegre, onde desde 21 de dezembro, está em vigor o reajuste de 29,60% nas tarifas de uma das concessionárias.

Ainda no grupo Habitação, a taxa de água e esgoto (1,48%) refletiu os reajustes de 5,25% no Rio de janeiro (5,26%), em vigor desde 27 de novembro, e de 8,43% em Belém (8,43%), desde 12 de dezembro. Ambos os reajustes foram integralmente incorporados em janeiro pois não haviam sido captados no IPCA-15 de dezembro. Já a variação de 3,26% em São Paulo é decorrente da não apropriação, também no IPCA-15 de dezembro, de parte do reajuste de 7,89% em vigor desde 10 de novembro.

O índice do gás encanado (1,28%) é consequência do reajuste de 2,77%, desde 1º de janeiro, nas tarifas no Rio de Janeiro.

Tanto no item empregado doméstico (0,15%) do grupo Despesas Pessoais (0,19%), quanto no de mão de obra para pequenos reparos (0,15%), do grupo Habitação, foram apropriados, em todas as regiões pesquisadas, 1/12 do percentual de reajuste do novo salário mínimo nacional.

Os demais grupos situaram-se entre a taxa de 0,06% registrada nos Artigos de Residência e 0,41% de Saúde e Cuidados Pessoais.

Quanto aos índices regionais, o mais elevado foi nas regiões metropolitanas de São Paulo e Curitiba (0,52%) onde se destacaram os preços da gasolina, que subiu, respectivamente, 2,79% e 3,56% e do etanol (4,12% e 5,14%). Ainda em Curitiba, cabe destacar o aumento de 3,91% na refeição fora. O menor índice foi o de Belém (-0,06%) sob influência das quedas de 7,54% nas tarifas de energia elétrica e de 9,40% na passagem aérea. A seguir, tabela com os resultados por região pesquisada.

Para o cálculo do IPCA-15 os preços foram coletados no período de 14 de dezembro de 2017 a 15 de janeiro de 2018 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de novembro a 13 de dezembro de 2017 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26