Foto: Armad Jarrah
Apesar do aumento da intenção de consumo das famílias registrado no último mês do ano, a confiança do empresário do comércio (Icec) caiu 3% de novembro para dezembro, saindo de 104,7 pontos no mês passado para 101,5 pontos nesse mês. As datas comemorativas de final de ano podem ter favorecido o índice da pesquisa a permanecer acima dos 100 pontos (vai de 0 a 200), nível que demarca a fronteira entre a avaliação de insatisfação e de satisfação dos empresários do comércio.
A pesquisa realizada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio) e divulgada no dia 20 de dezembro pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (Fecomércio-MT), mostra que a capital do Estado, apesar das últimas quedas registradas pela pesquisa, ainda se encontra acima da média nacional.
O Icec nacional apresentou alta em dezembro e chegou a 99,1 pontos, contra os 98,9 pontos do mês passado, mas ainda se encontra abaixo do patamar satisfatório.
Na variação anual, em Cuiabá, o Icec aumentou 9,2% de dezembro de 2015 ao mesmo período de 2016, quando o índice atingiu na época 92,9 pontos. Já no âmbito nacional, no mesmo período do ano, o icec aumentou 24,1%, a maior já apresentada. No entanto, a pesquisa relata que a percepção de que a crise econômica perdeu força está obscura, uma vez que os indicadores coincidentes continuam reportando perdas na atividade do comércio e no nível de atividade da economia como um todo.
Um exemplo disso é que quase todos os subitens da pesquisa realizada na capital apresentaram quedas. O Índice de Condições Atuais do Empresário do Comércio (ICAEC), recuou 6,5% de novembro a dezembro desse ano. O mesmo pode ser visto pelo Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC), que também apresentou queda de 2,6% no último mês.
Para Deuseli Sampaio, gerente de uma loja de departamentos localizada no centro de Cuiabá, confirma-se a queda na confiança e na expectativa dos empresários para o mês mais esperado pelos lojistas.
“A crise atingiu todo os segmentos do comércio, tanto é que observamos uma queda de 25% nos lucros durante o ano”. Explicou Deuseli que já precisou tomar medidas enérgicas na loja para poder continuar no mercado. “Precisamos tomar medidas que não nos agrada, como reduzir estoques e até demitir funcionários. Precisamos cortar pela metade o número de funcionários e isso é triste, mas foi necessário”, concluiu.
Nas empresas que possuem mais de 50 empregados, no mesmo período (de novembro a dezembro) o percentual de queda foi ainda maior nesses subitens, de -27,6% o ICAEC (Condições Atuais do Empresário) e de -6,6% o IEEC (Expectativa do Empresário do Comércio), respectivamente.
Portanto, a principal data para o comércio manteve o nível de satisfação dos empresários do comércio no mês e o mesmo pode ser observado na intenção de consumo das famílias para o mês. Mas as condições do mercado de trabalho seguem desfavoráveis (desemprego médio elevado e fechamento líquido de postos de trabalho). Associam-se a isso o crédito caro e a restrição da renda das famílias (endividamento elevado), o que mantém a demanda em níveis baixos, dificultando a recuperação mais rápida do varejo.
Fonte: Assessoria