Economia

Indicadores devem mostrar incerteza na indústria e queda de preços no agro

O ano de 2020 poderia ter começado mais promissor para a indústria brasileira, não fosse a epidemia de coronavírus que se espalha pelo mundo e desacelera o comércio global.

Pelo menos essa era a expectativa depois de anunciada uma trégua na guerra tarifária entre Estados Unidos e China, no fim do ano passado. O conflito entre os países, somado à crise econômica pela qual passa a Argentina (importante parceiro brasileiro), e à explosão de barragem da Vale em Brunadinho (MG), foram os maiores responsáveis por interromper em 2019 dois períodos seguidos de crescimento na produção industrial, que teve queda de 1,1% no ano.

Os números sobre a atividade do setor extrativo e de transformação em janeiro serão conhecidos nesta terça-feira (10), com a divulgação da Pesquisa Industrial Mensal (PIM BR), feita pelo IBGE.

Na quarta-feira, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) também divulgam o levantamento de conjuntura da indústria de janeiro, com as perspectivas econômicas dos empresários em fevereiro.

A maior preocupação é que a epidemia de Coronavírus afete a capacidade de produção dos países mais dependentes da China, já que a paralisação no país asiático impacta o suprimento de cadeias inteiras de negócios.

Os problemas na Argentina também seguem em destaque. Estimativas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas mostram que a fraqueza da economia argentina deve continuar afetando o desempenho da indústria no Brasil este ano, potencialmente subtraindo 0,36 ponto percentual ou mais do PIB brasileiro em 2020.

Será divulgado hoje também o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola para fevereiro de 2020. Mais do que a escassez de insumos da indústria, o principal impacto de uma crise mais longa provocada pelo coronavírus para o Brasil deve ser na balança comercial.

A cotação dos principais produtos exportados pelo Brasil despencou após o aparecimento do surto na China, o principal comprador das commodities nacionais.

Os preços mais favoráveis ao produtor vêm incentivando o cultivo do milho e da soja, segundo o IBGE. O Instituto prevê que a safra brasileira de soja em 2020 seja a maior da série histórica do instituto, iniciada em 1975, chegando a 246,7 milhões de toneladas, 2,2% acima do resultado de 2019.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26