O número de cidadãos cubanos que migraram para os Estados Unidos nos últimos meses disparou, coincidindo com o restabelecimento de relações diplomáticas entre ambos os países anunciado em dezembro de 2014, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (7) pelo Pew Research Center.
Durante os nove primeiros meses do ano fiscal de 2015 (de outubro de 2014 a junho de 2015) 27.296 cubanos entraram nos EUA, deacordo com números concedidos à instituição pelo Escritório de Alfândegas e Proteção Fronteiriça dos Estados Unidos.
Esse número representa um aumento de 78% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 15.341 cubanos entraram nos EUA, e está muito acima do total de entradas registradas em 2013, 2012 e 2011.
No ano fiscal de 2011, por exemplo, entraram em território americano 7.759 cubanos, cerca de 25% dos registrados em apenas nove meses de 2015.
O grande aumento no número de cubanos que abandonaram a ilha para chegar aos EUA aconteceu nos meses imediatamente posteriores ao anúncio do restabelecimento de relações, ou seja, entre janeiro e março de 2015.
Só nesses três meses, 9.371 cubanos chegaram aos EUA, mais que o dobro dos 4.296 registrados ao longo dos três primeiros meses de 2014.
A maior parte dos cubanos que migraram aos EUA, dois terços, entraram no país americano pelo Texas através do México, o que representa um aumento de 66% nas entradas por este setor em relação ao ano anterior.
No entanto, o maior aumento em porcentagem aconteceu em Miami, onde o número de entradas de cubanos passou de 2.992 nos nove primeiros meses do ano fiscal de 2014 para 7.167 no atual ano, ou seja, um aumento superior a 100%.
Também houve a entrada de cubanos aos Estados Unidos pelas cidades de San Diego, no estado da Califórnia, e Tucson, no Arizona.
De acordo com a Lei de Ajuste Cubano de 1966, os cubanos que emigram aos EUA recebem um tratamento especial, com o qual têm mais facilidades que aos imigrantes de outras nacionalidades. Depois de um ano de residência no país, os cubanos podem solicitar a residência permanente.
No entanto, nem todos os cubanos que desejaram entrar nos EUA conseguiram, e a guarda costeira americana apreendeu 2.927 migrantes que tentavam chegar por via marítima no ano fiscal de 2015, por isso foram retornados a Cuba ou enviados a outros países caso a alegassem que eram perseguidos pelo regime da ilha.
Calcula-se que dois milhões de pessoas de ascendência cubana vivem nos Estados Unidos atualmente.
Fonte: G1