Há 8 meses um misto de angústia, saudade e esperança acompanha o maranhense José Ribamar de Fátima Rodrigues, de 60 anos. O aposentado está em Dourados, cidade distante a 214 quilômetros de Campo Grande, a procura do filho de 29 anos, visto pela última vez em Guariba (SP).
Itamar Rodrigues já viajou por sete estados a procura do filho, Cleiton dos Santos Rodrigues. O rapaz tem esquizofrenia e sumiu quando visitava um irmão no interior de São Paulo, em março deste ano.
“Ter um filho desaparecido é pior que ter um filho morto. Mas meu sentimento é de fé no nosso pai todo poderoso e a qualquer momento ele vai me levar até meu filho. Na semana que vem vou para Mato Grosso e depois para Goias, só vou parar quando encontrar meu filho” afirma José Itamar.
O pai conta que ao chegar na cidade paulista, Cleiton teve uma crise de depressão, saiu sem dinheiro, sem documentos e não voltou mais. Depois de 20 dias sem notícia do filho, José Itamar foi para São Paulo e começou a procurar em hospitais, delegacias e abrigos.
Uma assistente social de Araraquara afirmou que o Cleiton passou pela cidade, pediu ajuda e ganhou uma passagem para Tietê (SP). Essa foi a última informação oficial sobre o rapaz. Depois disso, só conta com o que as pessoas que ele vai conhecendo vão dizendo. E assim, ele já procurou pelo filho em São Paulo, Maranhão, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul e agora Mato Grosso do Sul.
José Itamar conta com doações dos moradores das cidades por onde passa. Em todos os estados ele registrou boletim de ocorrência por desaparecimento. “Os boletins de ocorrência só valem para o estado onde são registrados. Então em todo estado que vou eu registro o desaparecimento. Minha esperança é que se ele estiver vagando ele seja abordado por um policial, um bombeiro, porque se não for assim ninguém vai saber quem é ele”, afirma o pai.
Para aumentar as chances de encontrar o filho, José Itamar imprimiu cartazes com a foto, o nome e vários telefones para contato. O informativo fica pendurado ao corpo.
Fonte: G1