Um dos maiores nomes das artes plásticas mato-grossenses, Clovis Irigaray, morreu na manhã deste sábado (3), em Cuiabá. Segundo a família de Clovito, ele faleceu enquanto dormia. Irigaray tinha 72 anos e, de acordo com relatos de parentes, estava bem até a noite de ontem (2).
A causa da morte ainda é desconhecida.
Nas redes sociais, amigos e admiradores lamentaram o falecimento do ícone e destacaram o legado deixado por Clóvis no campo das artes visuais.
“Recebemos a notícia com muita tristeza. Mato Grosso perde hoje um de seus maiores artistas. Estendemos nossa solidariedade a todos os familiares, amigos e aqueles que, assim como nós, eram admiradores do trabalho do Irigaray”, lamentaram o governador Mauro Mendes e a primeira-dama Virginia Mendes.
“É uma perda imensurável para a cultura mato-grossense. Clóvis era um dos maiores exportadores das tradições do nosso Estado e com certeza deixou um legado que irá servir de inspiração por gerações”, externou o secretário de Cultura, Esporte e Lazer, Alberto Machado, o Beto Dois a Um.
A família informou que o velório do artista será no município de Chapada dos Guimarães (67 km da Capital).
Sobre o artista:
Clóvis Huguiney Irigaray, o Clovito, como é carinhosamente chamado, nasceu em 1949, na cidade de Alto Araguaia. Manifestou vocação para o desenho muito cedo, segundo o artista a mãe também tinha facilidade para desenhar. Já no ginásio, em sua cidade natal, obteve o prêmio em concurso de alunos, com “Retrato de Cristo” (1963).
Dá inicio à sua carreira em 1968 com a Exposição “Cinco artistas de Mato Grosso”, na galeria do Cine Bela Artes de São Paulo e XXIII Salão Municipal de Belo Horizonte (MG) e diversos outros.
Em 1974 participa da Bienal Nacional de São Paulo, mas é em Cuiabá, em 1975, após criação do Museu de Arte e de Cultura Popular da UFMT, que o artista, imbuído pelo ufanismo da Universidade da Selva, passa a buscar no interior da sua região a fonte primordial de seu trabalho: o índio. Clovito é um dos artistas que mais representa a gênese da pintura moderna em Mato Grosso, ao lado de Humberto Espíndola, João Sebastião, e Dalva de Barros. É por sugestão de Espíndola, que começa a pintar os índios. O índio, segundo Irigaray, é sua grande descoberta e a realização de sua natureza.
Com um currículo primoroso, ele já participou da Bienal de São Paulo, Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e o Panoramas das Artes de Mato Grosso, no Museu de Arte e Cultura Popular da UFMT, entre vários outros espaços culturais.
Deixa uma filha, Maria Irigaray, que é produtora cultural e netos.