Economia

IBGE: estimativa de safra cai pelo quinto mês seguido

Pelo quinto mês consecutivo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reduziu a estimativa para a safra brasileira 2021 de grãos, cereais e leguminosas. De acordo com os dados de agosto do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgados hoje (9), a produção deve ficar 1% abaixo da safra de 2020, com 251,7 milhões de toneladas, 2,4 milhões a menos do que os 254,1 milhões de toneladas alcançados na safra recorde do ano passado.

De acordo com o gerente da pesquisa, Carlos Barradas, entre as causas da queda estão a estiagem em algumas partes do país, enquanto houve geada em outras regiões produtoras no final de julho, prejudicando a safra do milho.

“O ano agrícola, em geral, começa em setembro do ano anterior, que é quando se inicia o plantio. Porém, para plantar, o produtor precisa de que haja umidade no solo e, como houve falta de chuvas nesse período de 2020, esse plantio atrasou muito, sendo iniciado apenas na segunda quinzena de outubro. O que acabou prejudicando o milho segunda safra, plantado após a colheita da soja, que teve sua janela de plantio reduzida, deixando as lavouras mais dependentes do clima."

A estimativa de produção do milho diminuiu 4,7% na comparação com julho, totalizando 87,3 milhões de toneladas a serem colhidas em 19,6 milhões de hectares, um rendimento médio de 4.499 quilos por hectare. Na comparação com 2020, a previsão é de uma safra 15,5% menor para o milho, mesmo com o aumentos de 6,8% na área plantada e de 6,2% na área a ser colhida.

Paraná e Mato Grosso do Sul registraram geadas no final de julho, o que diminuiu da produtividade. O arroz, o milho e a soja são os três principais produtos do Brasil, representando 92,4% da estimativa da produção e 87,6% da área a ser colhida no país.

Soja

A produção de soja segue com estimativas recordes. A colheita já foi concluída, com 133,8 milhões de toneladas, um aumento de 0,3% em relação ao que foi estimado em julho e 10,1% a mais do que a safra de 2020, ou 12,2 milhões de toneladas. De acordo com Barradas, a cultura se desenvolveu de maneira satisfatória na maioria dos estados, apesar do atraso no plantio.

“Amapá e Alagoas foram os estados que mais elevaram suas estimativas em agosto, em 41,3% e 150,6%, respectivamente. Já o Piauí reduziu, em 1,1%, devido aos problemas climáticos ocorridos durante o ciclo da cultura, com queda de 1,9% na produtividade das lavouras, mas, em comparação com o ano anterior, o estado produziu 10,9% a mais que em 2020”.

O IBGE aponta que a região chamada de Matopiba vêm expandindo as lavouras de soja. A área plantada teve aumento de 73,4 mil hectares no Piauí, 46,2 mil hectares no Maranhão, 23,5 mil hectares no Tocantins e cerca de 80 mil hectares na Bahia.

Mesmo se mantendo como a região com a maior produção de cereais, leguminosas e oleaginosas do país, com 45,5% do total, o Centro-Oeste reduziu em 6,1% o volume produzido e deve ter uma safra de 114,4 milhões de toneladas. Mato Grosso lidera como o maior produtor entre os estados, com 28,2% do total.

Arroz e feijão

Segundo o instituto, a produção brasileira de feijão deve alcançar 2,67 milhões de toneladas em 2021, uma redução de 7,4% em relação ao ano passado, o suficiente para atender no limite ao consumo interno.

A estimativa para a produção do arroz é de 11,5 milhões de toneladas, um aumento de 0,1% em relação à estimativa de julho e de 4,3% na comparação anual.

O café deve atingir 2,93 milhões de toneladas, divididos entre 919,67 mil toneladas de café canephora e 2,014 milhões de toneladas de arábica. A redução em relação à safra do ano passado é de 29,6%.

 

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26