O presidente da França, François Hollande, confirmou nesta quarta-feira (24) a morte do cidadão francês Hervé Gourdel, sequestrado no domingo na Argélia por um grupo vinculado ao jihadista Estado Islâmico (EI).
"Nosso compatriota foi assassinado", afirmou Hollande para jornalistas em Nova York, onde se encontra para participar da Assembleia Geral das Nações Unidas. Gourdel "foi assassinado vil e cruelmente", acrescentou.
O presidente disse que a França continuará a realizar ataques aéreos contras alvos do EI no Iraque.
Mais cedo, os militantes argelinos que sequestraram o francês alegaram em um vídeo que mataram o refém, após terem pedido que a França interrompesse suas ações na ofensiva contra militantes islâmicos no Iraque. As informações são da agência de notícias Reuters, citando o serviço de monitoramento SITE, em sua conta do Twitter.
Os "Soldados do Califado", pequeno grupo ligado ao radical EI publicou um vídeo na segunda-feira reivindicando a responsabilidade pelo sequestro, além de mostrar um homem que se identifica como Gourdel, um turista de Nice.
Ameaça
O grupo havia ameaçado na segunda-feira matar Hervé Gourdel, um guia de montanha de 55 anos, caso a França continuasse com seus ataques aéreos no Iraque, um ultimato rejeitado na terça-feira e novamente nesta quarta pelo presidente François Hollande.
O vídeo postado pelo grupo em sites jihadistas começa com imagens de Hollande na coletiva de imprensa durante a qual anunciou a participação da França nos ataques contra o EI no Iraque.
Em seguida, mostra o refém, de joelhos e com as mãos atadas atrás das costas, cercado por quatro homens armados e com os rostos cobertos.
Um dos homens lê uma mensagem em que denuncia a intervenção dos "cruzados criminosos franceses" contra os muçulmanos na Argélia, no Mali e no Iraque.
A Argélia mobilizou nos últimos dois dias cerca de 1.500 soldados na Cabília (nordeste) para tentar encontrar Herve Gourdel.
O montanhista foi sequestrado em Tizi N'kouilal, numa encruzilhada no coração do parque nacional Djurdjuran, antigamente muito frequentado por turistas mas que se tornou santuário de grupos islâmicos armados a partir da década de 1990.
A encenação de sua decapitação se assemelha ao assassinato dos dois jornalistas americanos sequestrados na Síria, James Foley e Steven Sotloff, e do ativista humanitário britânico David Haines por membros do EI nas últimas semanas.
G1