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Grávida faz crossfit e levanta peso aos 8 meses de gestação

Gabriela Rodrigues, de 34 anos, pratica Crossfit há pouco mais de um ano (Foto: Diego Gurgel/Arquivo Pessoal)

Praticante de crossfit há mais de um ano e atleta desde a adolescência, a advogada Gabriela Rodrigues, de 34 anos, grávida de 8 meses, fez questão de manter a rotina de exercícios físicos quando engravidou. Ela espera a primeira filha e teve que readequar, com ajuda dos médicos e dos treinadores, os exercícios para continuar praticando a modalidade de forma que não colocasse a gravidez em risco.

“Fui ao obstetra, contei que praticava atividades há muitos anos, que o crossfit está na minha vida há 1 e 3 meses e perguntei se tinha perigo em continuar com os exercícios. Ele pediu que eu fizesse vários exames para saber se era uma gravidez de risco. Depois que vimos que estava tudo normal, ele disse que eu estava liberada, mas teria que diminuir a série de exercícios. Com o aval dele, cheguei para os meus dois coachs [treinadores] e falei que estava grávida, mas que o médico tinha me liberado para continuar praticando os exercícios”, conta.

A advogada lembra que antes da gravidez levantava 90 quilos e fazia agachamento com 80 quilos, e com a nova rotina teve que diminuir em mais da metade todos os exercícios. Gabriela, conta que nunca sentiu nenhum mal estar ou enjoos durante os treinos e toda serie de exercício é acompanhada de perto pelos treinadores e seus batimentos cardíacos são monitorados por um monitor cardíaco.

“Tudo foi reduzido para mais da metade. Meu cross é adaptado para uma gestante. As pessoas se assustam quando digo que faço crossfit, porque a grávida é considerada uma pessoa frágil que precisa fazer yoga ou pilates. Eu concordo, não tenho nada contra. Se eu não praticasse o cross, provavelmente estaria nessas modalidades. Mas, não faço nada sem orientação médica e dos meus dois coachs. Além do mais, sou monitorada o tempo todo por um monitor cardíaco. Meus batimentos não podem ultrapassar de 150, porque os batimentos do bebê já são acelerados e aí eu não posso acelerar demais”, detalha.

A advogada explica que conversou também com sua nutricionista para readequar sua alimentação, já que antes da gravidez a alimentação era voltada para reduzir gorduras e aumentar a massa muscular. A mãe de primeira viagem destaca que continua comendo batata doce, mandioca, alimentos integrais e se alimentando de três em três horas. Ao contrário de outras grávidas, Gabriela disse que não sente fome em excesso e engordou apenas 6 quilos durante a gravidez.

“Minha refeição era focada na estética do meu corpo, porque queria ganhar uma pouco mais de massa muscular, de contorno e reduzir o percentual de gordura. Ainda como minha batata doce, meu frango grelhado. Não bebo refrigerantes e nem como doces. Não houve uma redução de nada que eu comia antes. Ela aumentou um pouco as quantidades. Como muita salada, muito integral, suco, frutas”, conta.

Samir Mansur, um dos treinadores de Gabriela, disse que já atendeu ao menos três grávidas e que sempre orienta suas alunas a conversarem primeiramente com o médico, para depois decidir se pode continuar com os exercícios. Ele explica também que qualquer mulher com a gravidez saudável pode praticar atividades físicas.

"Não existe um protocolo de adaptação, fica mais a critério do treinador. Não posso falar para uma pessoa treinada que vamos cortar os exercícios físicos, porque isso pode causar um transtorno no organismo dela muito maior. Agora que ela está no oitavo mês, pedi para ela diminuir os treinos. Tirei algumas coisas como pular corda, para evitar qualquer tipo de queda. Só para dar mais segurança à ela", destaca.

‘Falaram que eu não estava curtindo minha gravidez’
A compreensão que teve do marido e da família quando anunciou que iria continuar com as atividades físicas, não foi a mesma encontrada em alguns amigos e colegas de trabalho. Gabriela conta que algumas pessoas falaram que ela não estava sabendo aproveitar os momentos da gravidez.

“Perguntam se está tudo bem com a minha filha, se não sinto cansaço ou dor. É minha primeira gravidez e acho que cada uma tem uma experiência diferente. Graças a Deus minha filha está perfeita, tem um desenvolvimento perfeito. Estou com 35 semanas e ela está com 43 centímetros e dois quilos. Não tenho um barrigão, mas minha filha está enorme, já está virada. Eu não mudei minha vida só porque estou grávida, porque tem mulher que muda. A gravidez só trouxe alegria”, destaca.

A advogada conta que a mãe chegou a pedir que ela parasse os exercícios. “Ouvi muitos conselhos das pessoas dizendo para eu parar. A minha própria família pediu para que eu parasse. Quando contei para minha mãe que estava grávida, na mesma hora ela perguntou se eu ia parar com o crossfit e eu disse que não. Fui orientada, e muito bem orientada em continuar. Minha mãe e irmã ficaram um pouco assustadas porque postei uma foto segurando uma barra e ficaram preocupados. Não sofri rejeição, na verdade foi mais uma preocupação por parte delas”, explica.

Vida de exercício
Aos 8 anos de idade Gabriela pediu para ser matriculada no balé clássico, onde ficou por sete anos. Do balé foi para o jazz e outros ritmos, somando onze anos como dançarina, em São Paulo, cidade onde nasceu. Descobriu o crossfit por curiosidade, depois de ouvir alguns amigos comentando sobre os benefícios dos treinos. Gabriela lembra que largou a musculação, modalidade que praticava antes do cross, depois que fez uma aula experimental.

“A atividade física vem na minha vida desde criança. O crossfit foi uma curiosidade muito grande. Eu fazia musculação e sempre ouvia falar sobre o cross. Eu sabia se um dia eu conhecesse provavelmente nunca mais eu largaria e assim foi. Fui fazer a primeira aula e deixei a musculação no outro dia. Até queria ser bailarina, mas acabei indo para o lado do direito”, relembra.

Antes da gravidez, a advogada conta que já estava em um nível avançado, no nível intermediário. A advogada acredita que a rotina de exercícios que tinha antes da gravidez ajudou-a a não ter alguns problemas como pressão alta, intestino preso e infecção urinária, excesso de sono ou até mesmo enjoos.

“Não pulo mais na caixa, porque eu saltava na caixa grande. Saltava corda, já estava fazendo salto duplo, que é mais alto. Hoje pulo uma corda, bem devagar, o famoso burpee [agachamento, flexão de braços e salto vertical], faço meio sugado. Não faço nenhum tipo de abdominal, faço mais uma prancha suspensa que engloba minha lombar, o que me ajudou a não ter dor nas costas", diz.

Para ela, os exercícios trouxeram maior qualidade para gravidez. "Eu acho que a vida de exercícios que eu tinha ajudou a ter uma gravidez saudável. Tem mulher que não tem a vida assim e tem uma gravidez saudável, depende de cada uma. Para algumas a gravidez significa comer por dois, não levantar da cama e se entregar”, acrescenta.

De acordo com Gabriela, os treinos serão diminuídos na reta final da gravidez. Ela conta que espera um parto normal e se diz ansiosa pela chegada da filha. “Uma das primeiras perguntas que fiz na última consulta foi sobre os meus exercícios. O médico falou que posso ir até onde eu me sentir bem, estou chegando à reta final e eu decidi não ir todos os dias. Já estou um pouco ansiosa. Vou começar a reduzir os exercícios e ficar mais em casa esperando o momento da minha Helena nascer”, finaliza.

Fonte: G1

Redação

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