Caríssima amiga desembargadora Graciema Ribeiro de Caravellas. Permita-me chamar de amiga, pois é esse sentimento que me toca nesse momento, lembrando que o parente é quem Deus nos dá e o amigo é quem Deus nos permite escolher para ser um irmão de vida.
Infelizmente o tempo passa e com ele passa a vida, repleta de sentimentos, sensações e situações a nos envolver pelo caminho com felicidade, tristeza, alegria, surpresa, decepção, sucesso e fracasso. Mas que com isso nos impulsiona a saber vive-la na sua maior amplitude para acreditar sempre no seu milagre de cada dia.
Enfim, eis que chega o tempo e o tempo é como diz o Eclesiastes 3:1-8:
“1 Para tudo há uma ocasião certa;
há um tempo certo para cada propósito
debaixo do céu:
2Tempo de nascer e tempo de morrer,
tempo de plantar
e tempo de arrancar o que se plantou,
3tempo de matar e tempo de curar,
tempo de derrubar e tempo de construir,
4tempo de chorar e tempo de rir,
tempo de prantear e tempo de dançar,
5tempo de espalhar pedras
e tempo de ajuntá-las,
tempo de abraçar e tempo de se conter,
6tempo de procurar e tempo de desistir,
tempo de guardar
e tempo de jogar fora,
7tempo de rasgar e tempo de costurar,
tempo de calar e tempo de falar,
8tempo de amar e tempo de odiar,
tempo de lutar e tempo de viver em paz”.
Seu tempo chegou na magistratura, pois agora vai para a merecida inatividade voluntária, coroada com uma carreira belíssima, permeada de muito comprometimento e respeito a sua sagrada toga, que tentaram em vão macular.
Esqueceram-se todos os incautos de que Vossa Excelência sempre esteve ungida das prescrições dadas por Segundo Timóteo 4:7-8:
“7Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé.
8Agora me está reservada a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda”.
Li sua mensagem de despedida aos seus amigos. É preciso fazer uma correção nas suas gentis palavras, para se deixar clarividente que a sua cabeça sempre esteve erguida e nunca houve mínima desconfiança sobre a sua sobranceira dignidade, pois aqueles que verdadeiramente te conhecem e te amam nunca tiveram mínima dúvida do seu portentoso caráter e da sua firme crença virtuosa na prática da moral, da ética e do bem servir ao próximo.
Mesmo os perversos e malvados que buscaram lhe diminuir e desmoralizar em vão merecem ser agora celebrados. Devem ser celebrado porque lhe ajudaram a se transformar ainda mais nessa poderosa mulher e juíza hercúlea, exemplo de valor a ser dado e a ser seguido sempre. Ainda que envoltos de culpas e remorsos, não podem deixar de ser lembrados por terem forjado seu caráter de lutadora para jamais desistir e sempre acreditar na Justiça.
Vá agora para a sua merecida inatividade voluntária certa de que os seus admiradores sempre a lembrarão, afirmando que por aqui passou e distribuiu Justiça uma magistrada gigante que se chama Graciema Ribeiro de Caravellas.
Sim, ela se chama Graciema, nome feminino tirado tupi guarani que significa “saída do sol”. E ela era uma magistrada “saída do sol” e assim continuará brilhando como o Astro Rei para todos os seus familiares, amigos, admiradores e colegas.
Seja muito feliz na sua nova caminhada de vida sob a proteção divina.
João Manoel Pereira Guerra
11 de janeiro de 2024Querido colega Horácio, você foi perfeito em suas palavras com relação a nossa colega Graciema. Parabéns!!!