O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, avaliou nesta quarta-feira (18), em audiência no Tribunal de Contas da União (TCU), que ainda há uma "janela" para fazer a reforma da Previdência neste ano, após a análise da denúncia contra o presidente Michel Temer.
"Nesse ano acho que tem uma janela, assim que voltar a denúncia. Abre uma janela de pauta. Se ficar para o ano que vem, não tem nenhuma possibilidade", declarou.
Segundo ele, quanto mais rápido se fizer a reforma da Previdência, mais suave ela pode ser. Se demorar mais, acrescentou, a reforma terá de ser "mais dura".
Apesar de admitir que o espaço político para tocar essa reforma em 2017 é "pequeno", Oliveira disse que o atual governo, por não ter pretensões de reeleição, está disposto a enfrentar o debate nessa reta final do ano.
"Nossa agenda é nos concentramos nas reformas que o país precisa", declarou. De acordo com o ministro, é "inevitável" que se faça uma reforma da Previdência Social. Ele acrescentou que não há "plano B".
"Se digo que tem plano B, esquecem o plano A", afirmou. Para ele, não há desenvolvimento social sem equilíbrio econômico do Estado.
"Estado quebrado não é um ambiente para um crescimento econômico", concluiu.
Mais cedo, o ministro afirmou que com o aumento de gastos obrigatórios, principalmente os previdenciários, o governo está perdendo "capacidade gerencial" de atender às reais necessidades da população.
O Congresso discute proposta do governo Michel Temer para a reforma da Previdência. Um texto alterado pelo relator, deputado Arthur Maia (PPS-BA), chegou a ser aprovado na comissão especial sobre o assunto. Entretanto, desde a eclosão de denúncias envolvendo o presidente Michel Temer, em maio deste ano, o tema está parado no Legislativo.
Para o secretário de Acompanhamento Econômico do Minstério da Fazenda, Mansueto Almeida, não fazer a reforma agora não será o "fim do mundo". "Mas, se não conseguirmos, tenho absoluta certeza que será a primeira reforma do proximo governo. É uma reforma de Estado", declarou. Segundo ele, quanto mais cedo a reforma da Previdência sair, será melhor para o próximo governo.