Essa é a avaliação do governo depois da reunião de anteontem, quando a Selic foi mantida em 7,25% ao ano. Mas cresceram as chances de uma alta neste ano, na perspectiva do governo, porque o BC precisa não só recuperar como consolidar a imagem de credibilidade e autonomia.
O primeiro passo do BC para isso foi mudar o comunicado. Saiu a expressão de que a política monetária poderia ser mantida por um "período suficientemente prolongado" e entrou o alerta de que o BC "irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até a sua próxima reunião".
O governo crê que a alta não venha em abril porque o IPCA de fevereiro, a ser divulgado hoje, ficará entre 0,45% e 0,50%, indicando um recuo –o de janeiro foi de 0,86%.
Caso o índice de março também indique queda, o que é a aposta do governo, o Banco Central não precisaria mexer tão cedo nos juros.
As apostas recaem para uma alta na taxa Selic neste ano de no máximo 0,50 ponto percentual. Muito mais para "ancorar expectativas" do que para combater uma alta forte de preços, que não está nas previsões oficiais porque a economia ainda está em ritmo bem moderado.
Dentro do governo, o discurso é que o BC tem autonomia para agir. Também considera que, se tiver de subir a taxa de juros, o ideal é que o faça neste ano mesmo, na dose que considerar necessária para garantir a inflação sob controle em 2014, ano de eleição presidencial.
Fonte: FOLHA.COM