O governo do Estado prevê queda de até 42% na arrecadação do ICMS pelos próximos três meses em decorrência do fechamento de grande parte do comércio e outras atividades econômicas. Isso representará a retração de R$ 1 bilhão na receita.
A perda de receita já começará a ser sentida em abril, mês em que o recolhimento do ICMS deverá 32% menor.
As estimativas estão em boletim especial divulgado nesta terça-feira (7) pela Sefaz (Secretaria de Estado de Fazenda). Combustíveis e energia elétrica continuam como setores que terão queda de recolhimento.
“O objetivo do boletim é visualizar os impactos das medidas de combate à covid-19 sobre a atividade econômica, interpretar os dados e orientar a nossa atuação em relação aos pleitos dos setores econômicos e também sobre as despesas públicas, visto que a redução de receita poderá ser de até 42% nos próximos 90 dias, ou seja, um pouco mais de 1 bilhão de reais”, disse o secretário Rogério Gallo.
Apesar da perda de R$ 1 bilhão, não ultrapassando R$ 1,5 bilhão, a secretaria avalia que o resultado será menos grave que o estimado anterior. A projeção inicial era que o impacto se traduzisse em R$ 2,6 bilhões, cerca de 15% do Orçamento de 2020.
A previsão do governo de arrecadação com ICMS em abril estava em R$ 896 milhões, agora a projeção está na casa de R$ 610 milhões, recuo de R$ 286 milhões.
A queda mais acentuada é a do setor do comércio e serviços, com uma arrecadação de R$ 372 milhões, R$ 163 milhões a menos que a previsão inicial.
O segmento foi um dos que mais sentiu os decretos de isolamento social que foram baixados no fim de março pelas prefeituras. Conforme a Sefaz, entre os dias 23 e 27 de março, após a adoção de medidas de combate à disseminação do vírus com fechamento dos estabelecimentos comerciais, registrou uma queda de 23% no faturamento.
Os números foram comparados ao período antes do surgimento do novo vírus, quando o segmento obteve um faturamento médio diário de R$ 553 milhões
Na última semana, o setor desacelerou a queda, mas fechou com decréscimo de 19%.
Indústria
O segmento de etanol foi o mais impactado no setor da indústria. Conforme dados apontados no boletim, a arrecadação média diária do setor reduziu de R$ 28 milhões para R$ 15 milhões neste período, correspondendo a uma retração de 48%.
As indústrias de bebidas e frigoríficas, registraram quedas de 47% e 36%, respectivamente. Já a agroindústria teve uma redução de 14% em seu faturamento médio diário.
Antes da pandemia, a média diária do faturamento do setor industrial era de R$ 233 milhões. Dados analisados pelo Fisco estadual apontam que a queda maior neste segmento foi de 28%, ocorrida entre os dias 30 de março e 03 de abril.
Medicamentos
Em relação aos produtos farmacêuticos, médicos e hospitalares para uso humano o boletim aponta um aumento de faturamento de 50% na primeira semana após as medidas de combate ao novo coronavírus, adotadas pelo Governo de Mato Grosso.
Com o passar dos dias o setor conseguiu se estabilizar e manter a média de faturamento registrada antes da pandemia do vírus, de cerca de R$ 8 milhões.
Agropecuária
O setor do agronegócio foi impactado já no final do mês de março, entre os dias 23 e 27, com uma queda de 13% em seu faturamento. Tanto no início da crise decorrente da propagação do novo coronavírus, como na última semana foi possível notar um crescimento do segmento, chegando a 7%.
O desempenho positivo decorre da movimentação sazonal da soja exportada por Mato Grosso. Devido ao cenário econômico, com o dólar em alta e o valor do produto abaixo do comercializado, houve um incremento financeiro no setor que fez com que a queda no faturamento tributável total dos setores econômicos não fosse maior.