Variedades

Globeleza samba de tênis e diz evitar ‘exageros’ao exibir corpo

Nascida e criada na comunidade do Jardim Colombo, na Zona Sul de São Paulo, a jovem de 22 anos, alçada à Globeleza do carnaval 2015, era conhecida na quadra da agremiação paulistana Mocidade Alegre por seu quase recato e faceta moleca. A explicação: sempre de tênis e com uma (incompreensível) camisa amarrada à fina cintura, Erika da Silva Moura diz não gostar de salto alto e, na hora de se vestir, tenta ser comedida ao exibir o corpo.

“É por conta do meu estilo mesmo. Eu não escondia a bunda, é que agora tem essa moda de colocar blusa xadrez na cintura. Eu nunca fui de usar salto alto. E nos ensaios da escola, eu não ia de shortinho bem curto, ou saia. Preferia uma calça legging e camiseta da ala”, relata.

Fã de uma boa feijoada, e de um indispensável ovo frito, Erika nunca enfrentou dilemas com o corpo. Já desejou ter seios mais fartos, mas se convenceu de que o busto menos avantajado era um aliado para o que mais gosta de fazer: dançar.

"Nunca tive problemas com meu corpo. Meus seios que são pequenininhos. Na praia via as moças de biquíni com seios fartos. Eu ficava ansiosa para colocar um biquíni, mas desencanei. Dançar com seios grandes atrapalha muito. Depois inventaram biquíni com um pouquinho de bojo, e eu uso para dar uma levantadinha, fica mais harmonioso."

Esconde-esconde
A nova musa da vinheta de carnaval da Rede Globo entrou para a agremiação através da Associação Meninos do Morumbi. Desde 2009 ela desfila na ala coreografada dos integrantes do projeto social, rebatizado dentro da escola de “Meninos da Morada”.

A dançarina revela que sempre quis manter a identidade do grupo, tanto no comportamento quanto figurino. Embora defenda o conforto na hora de atestar samba no pé, confessa a estratégia usada ao se produzir.

“Gosto de guardar um pouquinho para mostrar depois, não mostrar tudo de uma vez, sabe? Se eu estou mostrando muito a barriga, escondo um pouco a perna. Coloco um short com uma blusa na cintura para esconder um pouquinho a perna e não mostrar o bumbum. Fico variando para não ficar uma coisa muito exagerada”, justifica.

O estilo mais 'equilibrado', entretanto, não a impediu de ficar rapidamente à vontade munida apenas de pintura corporal e sandália nos pés. “Eu não queria tirar a pintura do corpo, eu amei. Achei bacana para mostrar um outro lado meu em relação à arte. É um nu artístico. Meu trabalho já era bem reconhecido, agora foi uma alavancada, digamos assim, para eu ser mais conhecida ainda. Sempre admirei pintura corporal.”

No meio desse povo
Erika sonhava em dançar profissionalmente desde criança. Quando menina, recorda copiar os passos da modelo Valéria Valessa, Globeleza por 14 anos, e se convencer de que conseguia fazer igual. “Eu olhava na tela e ficava mostrando para minha mãe. Ficava me comparando, dançando, falava que fazia tudo direitinho, mas nunca pensei em ser. Consegui pegar a oportunidade para mim", analisa.

O título foi celebrado na família religiosa sem censura. Erika e o pai são católicos. O irmão é evangélico, e a mãe está em processo de mudança para a crença do filho. “Meu pai e eu somos católicos, minha mãe era católica, mas está quase virando evangélica. Meu irmão sempre fala para mim que sou o orgulho dele pelo modo de como eu corro atrás do meu sonho. Meus pais sempre me apoiaram, ficavam  preocupados quando eu levantava muito cedo para fazer testes”, diz.

Ao menos virtualmente, a menina já sentiu o impacto da fama repentina. No dia 5 de janeiro, quando a vinheta de carnaval foi divulgada pela primeira vez em rede nacional, durante reportagem do Fantástico, o número de interessados em se tornar "amigos" de Erika nas redes sociais se multiplicou exponencialmente.

Na semana passada, ela atingiu 6 mil seguidores em sua conta no Instagram. No Facebook, mais de mil aguardam autorização. “Não tem como autorizar todo mundo. Fico com medo de as pessoas ficarem magoadas, então eu prefiro deixar lá quietinho. Fiz a Fun Page para todo mundo curtir", explica.

Ciúme de você
Em uma caminhada pelas ruas de seu bairro, Erika é cercada pelos novos fãs, que sacam seus celulares engatilhados para uma selfie. A jovem atende prontamente aos pedidos, e garante que o namorado está confortável com a nova realidade da parceira – não teme a cobiça.

“Não vou falar que não tem ciúme, mas é sadio. Ele sabe que é um trabalho, que eu sou dele, que ele é meu. Ele sempre quis, sempre disse que eu era boa, e tinha que ser bailarina de algum famoso. Quando fiz o teste ele ficou ‘meio assim’, mas ele apoiou. Até estranhei, achei que seria mais problemático, mas ele está tranquilo. Ele é bailarino, ele está o tempo todo com mulheres lindas, magérrimas. Imagina minha situação também?”, compara.

Os planos para o futuro são ao lado do parceiro. Erika trancou a faculdade há quase dois anos, e pretende retomar ainda em 2015, só que em um novo curso. Fez três meses de fisioterapia. Agora deseja voltar e se formar como educadora física para abrir uma academia em sociedade com o amado.
“Tenho uma pequena noção, vou retomar e mudar de curso, vou para educação física. Mais para frente é terminar meus estudos e conseguir abrir uma academia de dança com meu namorado. Fazer uma academia diferente", vislumbra.

Redação

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Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

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