O número de gatos vivendo em lares brasileiros cresce a cada ano. Pesquisa realizada pelo Instituto Pet Brasil (IPB) mostra que o número de gatos nas residências nacionais cresceu 8,1% entre 2013 e 2018.
A grande procura pelos felinos tem como uma das principais justificativas a facilidade que o pet teria em se adaptar à realidade moderna, na qual as famílias vivem em residências com menos espaço e passam mais tempo fora de casa (bom, pelo menos antes da pandemia).
De fato os gatos são animais com mais autonomia do que os cães, que em sua origem nasceram para viver em grupo, mas não dá pra achar que essa postura mais independente dos felinos nos dará o direito de não nos preocuparmos tanto com a solidão deles. Sim, gatos amam ter a sua individualidade, mas como bichinhos domesticáveis, sentem falta também de companhia e atenção.
Estudos da última década mostram que os gatos são mais suscetíveis a problemas relacionados à separação quando não têm acesso ao ar livre ou são deixados sozinhos em casa cinco a sete vezes por semana e mais de seis horas por dia. A pesquisa também apontou o sofrimento dos bichanos com a falta brinquedos, acesso a uma área maior da casa e companhia de outros animais.
E você, tem uma vida repleta de compromissos e não consegue parar em casa? Então, antes de adotar um pet, reflita se realmente tem condições de oferecer todo o suporte físico e emocional que o bichinho precisa, sem ter que delegar uma boa parte das obrigações para outra pessoa. Ser presente é muito importante para que você faça a vida do animal mais feliz, lembre-se que a adoção deve representar uma relação de troca de bons sentimentos para uma vida mais alegre para ambos.
Caso já tenha um gato dentro de casa, preocupe-se sempre em não passar longos períodos longe do peludinho. Ele pode sofrer calado na sua ausência, desenvolvendo até um quadro depressivo, assim como pode deixar algumas “marcas” para mostrar que não está lidando bem com a solidão – miados excessivos, comportamento destrutivo, xixi fora do lugar, além de temperamentos extremos: apatia ou agressividade.
Então, antes da situação chegar nessas condições, melhor não ficar tão ausente e garantir que o gatinho fique bem quando você não estiver por perto. Como fazer? Só lembrar do importantíssimo enriquecimento ambiental – oferecendo arranhadores, brinquedos, comedouros e tudo aquilo que o bichinho possa se divertir com segurança. Outra opção é ter uma casa com mais pets, lembrando que é necessário fazer a socialização e não delegar toda responsabilidade para que um bichano seja o único companheiro do outro.
Procure ajuda de um médico veterinário, especializado em comportamento animal, se por acaso o seu gato não estiver lidando bem nem mesmo com as suas pequenas saídas. Os problemas comportamentais e psicológicos seguem a mesma lógica das doenças físicas, quanto antes forem tratados, maiores são as chances de sucesso para voltar a ficar tudo bem.