Contratar um empréstimo pessoal, por exemplo, está cada vez menos burocrático. Dá para pedir dinheiro emprestado ao banco no caixa eletrônico, já que as linhas de crédito são pré-aprovadas. O consumidor, porém, deve se atentar para não cair em armadilhas ao tentar quitar as dívidas.
O economista da FGV (Fundação Getulio Vargas) Samy Dana explica que o primeiro passo para o devedor é pegar dinheiro emprestado com o objetivo exclusivo de sair do sufoco — portanto, melhor evitar pegar grana do banco para, simplesmente, gastar. Dana alerta que o correntista deve avaliar não só a taxa de juros, mas também o prazo de pagamento.
— As pessoas se atentam geralmente à taxa de juros, mas este não é o único fator. Ficar devendo 100% durante um dia é muito melhor do que dever 99% durante 20 anos. Então, as pessoas têm que olhar a combinação entre taxa de juros e prazo de pagamento.
O Procon-SP faz, todo mês, um levantamento dos juros cobrados pelas principais instituições bancárias do País para o empréstimo pessoal. Em dezembro, as taxas variaram de 3,51% a 6,35% ao mês conforme o banco (veja arte abaixo). A diretora de estudos e pesquisas do Procon-SP, Valéria Garcia, explica que a instituição pesquisa taxas do empréstimo pessoal e do cheque especial "porque são os empréstimos que as pessoas mais fazem".
— Essas duas modalidades são as que apresentam as taxas de juros mais altas, junto com o cartão de crédito. Nós recomendamos evitar ao máximo entrar no cheque especial ou no empréstimo pessoal. Se tiver que entrar no cheque especial, que seja por pouco tempo e apenas em caso de emergência.
Cartão de crédito
Pior que o cheque especial, que tem juros médios de 160% ao ano (8,33% ao mês), apenas o cartão de crédito. A economista do Procon-SP reconhece que "o cartão de crédito pode ser ótimo para quem sabe usar, porque dá até 40 dias para pagar". No entanto, avisa: o ideal é pagar a fatura cheia.
— [É comum] as pessoas pagarem o mínimo ou só metade. Se você pagar o mínimo, o valor que você pagou é equivalente ao valor dos juros e das taxas, ou seja, é como se você não tivesse pago nada da dívida. É assim que começa a bola de neve.
Troca de dívida
Se você tem dívidas com o cartão de crédito ou usou o cheque especial, os economistas ouvidos pela reportagem do R7 recomendam: é melhor pegar dinheiro emprestado em outra linha de crédito e pagar as dívidas do cartão e do cheque especial, já que essas duas modalidades têm os juros mais caros.
Samy Dana, da FGV, alerta que o empréstimo pessoal é uma boa alternativa.
— Se perceber que não vai ter condições financeiras de quitar todos os seus compromissos, o que você vai fazer é buscar a taxa mais barata com menor prazo possível para sair do sufoco.
A diretora do Procon-SP lembra outra opção para os endividados: o crédito consignado, "que tem taxas de juros menores e o valor é debitado direto no rendimento do consumidor, seja no holerite, seja na pensão do INSS".
— No caso do consignado, o que favorece é a taxa menor porque o risco do banco ou da financeira é menor. O ponto negativo é que a renda vai diminuir. Antes de fechar qualquer empréstimo, porém, vale a pena procurar seu banco para pedir taxas menores em função do relacionamento do correntista com a instituição. É importante barganhar.
Fonte: Gazeta Digital