Economia

Folha salarial subiu cinco vezes acima da arrecadação do ICMS

A folha de pagamento dos servidores estaduais cresceu cinco vezes acima do montante total do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) arrecadado no primeiro semestre deste ano. Balanço divulgado nesta quarta-feira (28) pela Secretaria de Fazenda (Sefaz) mostra que os gastos com salários do mais de 90 mil funcionários públicos ficaram 15% mais pesado na comparação com janeiro a junho do ano passado. No mesmo período, a entrada de dinheiro nos cofres públicos via o ICMS teve incremento de somente 3%.

O secretário Seneri Paludo diz que a engordada na folha de pagamento se deve a cumprimento de leis de carreira dos servidores efetivos, mesmo com as medidas para que o Poder Executivo se enquadrasse nos limites de gastos com pessoal previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Ele citou que o aumento para professores e outros cargos na área de educação foi de 7%. Até o fim fará subir em R$ 71.139.204,62. Os servidores da Polícia Judiciária Civil aumento de 10%, que  provocará um impacto de R$ 45.937.545,45 até dezembro de 2016 – o reajuste foi concedido em fevereiro.  

Outras três carreiras receberam aumentos salariais que estavam previstos em lei: atividade fundiária, defesa agropecuária e polícia técnica. Para as carreiras de atividade e defesa agropecuárias, os acréscimos foram de 9,6% para cargos de nível superior e 17,5% para nível médio e auxiliar. Segundo a Sefaz, de maio até o fim do ano o impacto será de R$ 10.073.067,40.

Já para a carreira da polícia técnica, que envolve peritos criminais, papiloscopistas e técnicos de necropsia, o aumento salarial concedido em maio foi de 7,5%, com um impacto na folha salarial do Estado de R$ 6.413.48,85 até dezembro.

Seneri destaca ainda que o gasto com pessoal deve continuar crescendo porque o Estado paga, neste mês de setembro, a primeira parcela (2%) da correção inflacionária. “A receita não vem crescendo no mesmo ritmo que o gasto com pessoal. Ao mesmo tempo, os repasses federais também diminuíram. Na saúde, por exemplo, nós tivermos uma redução de repasses federais na ordem de 15% no primeiro semestre”, comentou.

Crise e redução de passe

Paulo disse que para fazer frente à diminuição de repasses da União, foi necessário contingenciamento do orçamento. Por conta da crise econômica nacional, diminuição dos repasses federais e pagamento da oitava parcela da dívida dolarizada, o governo estadual anunciou na semana passada que pagará no próximo dia 30 o salário do mês de setembro a 90% dos servidores do Poder Executivo. Os outros 10% serão pagos até o dia 10 de outubro, conforme prevê a Constituição Estadual.

Dentro do mês serão pagos os servidores que recebem até R$ 6 mil líquidos e os que recebem acima desse valor receberão até o dia 10. O 13º salário dos servidores efetivos que fazem aniversário no mês de setembro será quitado até o dia 15 de outubro.

Para regularizar o calendário de pagamento o governador Pedro Taques cobra da União o repasse de cerca de R$ 400 milhões referentes ao Auxílio Financeiro para Fomento das Exportações (FEX). Do total, 25% serão repassados as prefeituras dos 141 municípios de Mato Grosso. O valor é uma compensação pelo imposto que o Estado deixa de cobrar por produtos in natura produzidos em Mato Grosso e destinado à exportação. A isenção do imposto e a compensação pela não cobrança estão previstas na Lei Kandir.

Redação

About Author

Reportagens realizada pelos colaboradores, em conjunto, ou com assessorias de imprensa.

Você também pode se interessar

Economia

Projeto estabelece teto para pagamento de dívida previdenciária

Em 2005, a Lei 11.196/05, que estabeleceu condições especiais (isenção de multas e redução de 50% dos juros de mora)
Economia

Representação Brasileira vota criação do Banco do Sul

Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai, Uruguai e Venezuela, além do Brasil, assinaram o Convênio Constitutivo do Banco do Sul em 26