Economia

Fitch reafirma nota do Brasil em 2 níveis abaixo do grau

A agência de classificação de risco Fitch manteve a nota de crédito soberana do Brasil (em moeda internacional) no patamar "BB", dois níveis abaixo do chamado grau de investimento (selo de bom pagador). A perspectiva do rating foi reafirmada como negativa.

Ao manter a nota do Brasil, a agência explicou em relatório que ela é explicada pela fraqueza estrutural nas contas públicas, pelo alto endividamento do governo, pelas fracas perspectivas de crescimento e por indicadores fracos de governança.

"A perspectiva negativa reflete contínuas incertezas quanto à força e sustentabilidade da recuperação da economia brasileira, as expectativas de estabilização da dívida no médio prazo dado o alto déficit fiscal e ao processo da agenda de reformas no Congresso, especialmente a da Previdência", diz a agência.

Segundo a Fitch, um ambiente político desafiador ainda impede o progresso da reforma da Previdência, considerada pela agência como importante para a viabilidade dos gastos públicos no médio prazo. "As eleições de 2018 podem afetar o progresso da reforma e pesar na reduperação da economia", conclui a agência.

Em comunicado, a Fitch informou que uma melhora no ambiente político , a redução de incertezas externas e a aprovação de reformas microeconômicas nos últimos meses ajudam a melhorar a avaliação do rating brasileiro.

Perda do grau de investimento

Atualmente, a nota do Brasil está na mesma posição nas escalas das 3 principais agências de classificação de risco: dois degraus abaixo do grau de investimento. Desde 2015, o Brasil perdeu o selo de bom pagador.

O Brasil conquistou o grau de investimento pelas agências internacionais Fitch Ratings e Standard & Poor’s pela primeira vez em 2008. Em 2009, conseguiu a classificação pela Moody’s.
A S&P foi primeira a tirar o selo de bom pagador do Brasil, em setembro de 2015, ação que foi seguida pelas outras duas grandes agências internacionais: Fitch e Moody´s.

Segundo analistas de mercado, historicamente, países costumam levar cerca de 5 a 10 anos para recuperar o selo de país bom pagador.

Redação

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