Espécies raras da Austrália vêm se reproduzindo graças ao programa de reintrodução que protege os territórios de predadores exóticos
Dois filhotes de animal extinto, o raro numbat (Myrmecobius fasciatus), foram registrados em duas áreas protegidas da Austrália.
Semelhantes ao tamanduá-bandeira, mas em escala muito menor, o numbat possui uma língua adaptada para consumir entre 15 e 20 mil cupins por dia. Com apenas 25 cm de comprimento, sem contar sua longa cauda, esse marsupial se destaca pela atividade diurna e pelo hábito carnívoro, cavando túneis para localizar insetos subterrâneos pelo olfato.
Filhotes de animal extinto devido à introdução de predadores
O numbat havia sido extinto da região de Nova Gales do Sul devido à introdução de predadores exóticos, como gatos e raposas. Em 2020, uma parceria entre órgãos governamentais e organizações ambientais iniciou um programa de reintrodução em áreas livres de predadores.
Cinco anos depois, a AWC (Australian Wildlife Conservancy) celebrou o flagrante de vários filhotes de animal extinto em plena natureza, nos Santuário de Vida Selvagem Scotia e no Parque Nacional dos Penhascos Mallee.
O numbat havia sido extinto da região de Nova Gales do Sul devido à introdução de predadores exóticos, como gatos e raposasFoto: Divulgação/AWC/ND Mais
Fotografias mostram grupos de jovens numbats, incluindo quatro de sete irmãos brincando juntos. Rachel Ladd, ecologista da AWC, destacou:
“Filhotes são sempre uma descoberta realmente especial, principalmente para uma espécie tão difícil de avistar na natureza como o numbat. Ver sete filhotes nos indica que a população está se reproduzindo em condições ambientais favoráveis e se estabelecendo.”
Michael Daddow, diretor de Gestão de Terras da AWC, comentou sobre a interação com os animais. “Foi surreal ver quatro irmãos no mesmo lugar. Eles passeavam, dormiam e brincavam juntos. O mais corajoso até correu até mim para me examinar antes de voltar correndo; não estava nem um pouco assustado.”
Nova geração de numbats marca sucesso do projeto
Os pesquisadores acreditam que alguns desses filhotes de animal extinto sejam descendentes diretos dos numbats reproduzidos a cinco anosFoto: Divulgação/AWC/ND Mais
Os pesquisadores acreditam que alguns desses filhotes de animal extinto sejam descendentes diretos dos numbats reintroduzidos há cinco anos, representando a quarta geração vivendo em liberdade.
Diferentemente de muitos marsupiais australianos, os numbats são ativos durante o dia e dependem de seus sentidos aguçados para caçar cupins, desempenhando um papel importante no equilíbrio do ecossistema.
Por Lídia Gabriella
Foto Capa: Canva/ND Mais
Fonte: https://ndmais.com.br



