A Feira do Livro Indígena de Mato Grosso (Flimt), começa nesta quarta-feira (21) e vai até sexta-feira (23), no Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). O evento está em sua terceira edição e traz vários momentos dedicados às crianças. Serão oportunidades onde os pequenos poderão estar em contato direto com os autores, que vão poder falar aos pequenos, sobre sua história, trocar ideias e contar um pouco de suas experiências.
Para a coordenadora executiva da Flimt, Vannessa Jacarandá, será uma grande oportunidade de reunir num único espaço, diversidade, conhecimento e cultura, aproximar e desmistificar, incluir tudo o que for relacionado ao tema. “Todos somos irmãos e a Flimt foi criada, não para ser mais uma, mas para ser única”.
A Flimt 2015 integra as comemorações dos 45 da UFMT, na avaliação do pró-reitor de Cultura, Extensão e Vivência (Procev) da Universidade Federal de Mato Grosso, Fabrício Carvalho a feira tem uma importância nacional, onde as pessoas têm a oportunidade de reconhecer a literatura daqueles que escrevem as causas dos povos indígenas.
“Vai ser um momento de muita valorização da cultura brasileira. A UFMT tem um compromisso com os povos indígenas. Na instituição os índios têm lugar no Programa Próindi, Guerreiros da Caneta, não só em graduação, mas também em pós-graduação. Temos indígenas no mestrado e doutorado, uns inclusive trabalham com a gente”, disse.
Para o secretário de Cultura, Esporte e Turismo de Cuiabá, Alberto Machado, a FLIMT dá oportunidade ao povo cuiabano, que tem na sua origem os povos indígenas, é uma chance de ter mais de perto esse contato com a cultura do índio e com sua produção literária e intelectual que vem desses povos. “Em Mato Grosso nós temos mais de 40 etnias indígenas e no entanto a população tem pouca proximidade e oportunidade de ter contato com essa cultura. A FLIMT é fundamental para estreitar esse laço com a população cuiabana e os povos indígenas”, discorreu.
Um dos convidados a participar da Flimt 2015, o escritor indígena Ely Macuxi convidou todos os parentes indígenas e não indígenas para a feira. “Venham para esta celebração literária para dialogarmos e refletirmos sobre a cultura indígena. Esta feira traz o tema ‘A sabedoria das matas ecoando na cidade’. Ecoando sabedoria indígenas, os mitos, os rituais, sua forma de viver”, convidou Macuxi.
Ele disse que essa será uma oportunidade para se refletir com os povos indígenas como eles estão se utilizando da escrita, da literatura para afirmar sua cultura no mundo global e tecnológico. “Vamos discutir como está sendo estabelecido o diálogo entre a modernidade e a tradição na cidade, como eles tyêm se utilizado dessa tecnologia, que é a escrita, para promover e afirmar suas culturas. É a sabedoria que vem das matas. É conhecimento, diversidade, cultura de povos reunidos para apresentarem seus adornos corporais, suas pinturas, cantos e danças tradicionais. É uma grande celebração da diversidade e da união, do comprometimento em defesa da vida da cultura dos povos”, concluiu.
Flimt
“A Feira do Livro Indígena foi concebida durante uma palestra de escritores na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Percebi a organização e a maneira respeitosa com que a ação acontecia, a abrangência do indivíduo inserido no coletivo. Foi a partir daí que surgiu o convite para participarem de uma feira embrionária. Com entusiasmo um amigo sugeriu de fazermos uma feira sobre a literatura indígena. Hoje a Flimt é somatória desse encontro de pessoas entorpecidas pela cultura riquíssima desse povo”. Essas são as palavras da coordenadora executiva da Flimt, Vannessa Jacarandá, que relembrou como tudo começou, há pouco mais de seis anos atrás.
Serviço
A programação começa nesta quarta-feira (21) e segue até sexta-feira (23). Funciona a partir das 8h e se estende até a noite. Durante todos os dias da feira a biblioteca itinerante, de Clóvis Matos estará presente, com um acervo de livros disponíveis aos amantes da leitura.
Confira a programação completa
(Assessoria)